Sinditest atende exigência e negociação pode iniciar

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba e Região Metropolitana (Sinditest-PR) protocolou ontem no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) documentos que comprovariam a validade da assembléia realizada pelos funcionários contratados pela Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), na semana passada, que decidiu pela greve no Hospital de Clínicas (HC). A direção do hospital exigia a medida para dar início às negociações.

Ontem também houve uma reunião entre o comando de greve e o diretor-geral do HC, Giovani Loddo, quando ficou acertado que a assessoria jurídica da instituição estaria trabalhando para dar início ao processo do acordo coletivo.

Segundo Loddo, o atendimento à população no segundo dia de greve não foi prejudicado. Poucos funcionários aderiram à greve ontem, segundo informações do diretor-geral do hospital. No turno da manhã, somente 59 dos 1.365 contratados pela Funpar cruzaram os braços. Sete a mais do que no primeiro dia. No entanto, os números do sindicato são diferentes. Segundo o Sinditeste-PR, no primeiro dia a adesão foi de 30% e ontem pela manhã o número chegava a 50%.

Por enquanto, o setor mais afetado é o de oftalmologia. Os três funcionários do setor são da Funpar e dois deles pararam. Desde segunda-feira não houve mais internamento e, das 16 vagas, apenas cinco estão ocupadas. Os demais setores do hospital estão conseguindo atender os pacientes normalmente. A situação no pronto-atendimento é normal e a média de internamentos é igual aos outros dias. “Por enquanto, a situação é administrável”, classificou Loddo.

Negociações

Depois de uma assembléia realizada ontem, os grevistas exigiram uma reunião com a direção do hospital. Ficou acertado que a equipe jurídica do HC iria tentar ter acesso aos documentos que estão no TRT para dar início ao processo de acordo coletivo. Se tudo ocorrer dentro esperado, as negociações podem começar amanhã.

Os funcionários exigem reposição da inflação de 18,75%, reposição do valor da cesta básica de 26% e pagamento de 100% de horas-extras no lugar dos 50% pagos atualmente. Loddo explica que, se os valores exigidos fossem atendidos, cerca de 10% da receita do hospital já estariam comprometidas, o que equivale a R$ 300 mil. “Precisamos analisar bem o que vamos conceder, pois depois se torna permanente”, diz. Hoje, o hospital tem uma arrecadação mensal por volta de R$ 3,7 milhões e R$ 1,7 milhão já é comprometido com a folha de pagamento. Se os benefícios forem atendidos na íntegra, o valor sobe para R$ 2 milhões, comprometendo mais da metade do orçamento. Loddo ressalta ainda que a metade que sobra hoje vai para a compra de medicamentos e o restante para outros serviços.

Mas o problema do HC não é apenas esse. A instituição já acumula uma dívida de R$ 3 milhões, que vem aumentando em R$ 300 mil a cada mês. O diretor-geral comenta que a situação se repete em diversos hospitais do País.

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