Passagem de ônibus

Sindimoc quer abrir caixa-preta da Urbs para discutir a tarifa

Usuários, trabalhadores, empresários e gestores do transporte coletivo se reuniram ontem para debater a tarifa de ônibus. A audiência pública no auditório do Mercado Municipal ouviu as mais diversas opiniões, questionamentos e pareceres, mas terminou com uma unanimidade: é preciso mais transparência na Urbs, a empresa de economia mista que gere o sistema.

A cobrança por auditoria na Urbs veio de todas as partes, desde o sindicato dos motoristas e cobradores até os representantes dos empresários do setor, passando por vereadores, Ministério Público, entidades e populares. A expressão “abrir a caixa-preta” foi a mais ouvida durante o encontro, que durou cerca de três horas.

“Pudemos apontar onde estão as amarras, onde é a caixa-preta e o que deve ser feito. E sugerimos ao prefeito providências que precisam ser tomadas imediatamente. Não podem ficar para amanhã”, disse o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc), Anderson Teixeira.

Planilha

O Sindimoc quer que as empresas divulguem a planilha de custos do sistema e pede a criação da secretaria de transporte coletivo, além da auditoria na Urbs, medida que recebeu apoio também dos empresários. “Somos a favor da auditoria, que vai revelar a triste situação financeira vivida pelas empresas”, disse Maurício Gulin, vice-presidente do Setransp, o sindicato patronal do setor.

A vereadora Professora Josete (PT) confia na disposição do prefeito Gustavo Fruet em abrir a “caixa-preta”. “Há vontade política do prefeito. É uma tarefa árdua, que exige posicionamento firme. Há pressão dos empresários e isso é histórico na nossa cidade”, avalia. A população está preocupada. “Querem forçar os trabalhadores a entrar em greve, para depois aumentar a tarifa. Vai cair no lombo do usuário de novo”, protestou a dona de casa Alaíde Vieira Soares, moradora de São José dos Pinhais.

Passagem em negociações

Pelos cálculos da Urbs, o valor da tarifa técnica do transporte coletivo deve ficar em R$ 3,05. Mas esse não será o valor cobrado da população, que ainda depende das negociações entre prefeitura, empresas e o governo, que contarão com a participação do Ministério Público.

A audiência pública realizada ontem, organizada pela Urbs, foi a primeira do gênero na cidade. Para o presidente do órgão público, Roberto Gregorio da Silva Junior, isso já é sinal de mais transparência. “As partes envolvidas puderam apresentar suas sugestões e reivindicações. Esse objetivo foi atingido”, avalia. Segundo Gregorio, a Urbs vai reforçar o rigor na prestação de contas das empresas de transporte. “Também estamos preparando a contratação de serviços especializados para avaliar a situação econômico-financeira e dos índices de qualidade”, revela.

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