Aproximadamente 600 motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba decidiram esperar para deflagrar greve e votaram em assembleia, nesta sexta-feira (23), a aprovação de uma comissão para buscar soluções aos problemas das multas e as condições de trabalho da categoria. A comissão deve ser formada até o próximo dia 3 e tem prazo até 3 de novembro para finalizar os trabalhos.
A comissão será formada por representantes da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) e do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), com a mediação da Secretaria de Estado do Trabalho do Paraná.
Os trabalhadores decidiram também que, se não houver soluções para os problemas das multas e condições de trabalho da categoria, uma nova assembleia será realizada no dia 7 de novembro para decidir pela deflagração da greve.
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, avaliou de forma positiva a assembleia realizada nesta sexta-feira. “A categoria percebeu que o sindicato está trabalhando. Hoje a categoria saiu vitoriosa por abrir espaço para a negociação”, avaliou Teixeira.
Segundo Teixeira, a cobrança de multas aos motoristas e cobradores está suspensa desde o dia 1º de fevereiro. Ele disse que há aproximadamente três mil multas suspensas em Curitiba.
Motoristas e cobradores foram multados por irem ao banheiro, por velocidade acima da permitida no terminal sem aparelho que registre a ocorrência, por não impedir vândalos de entrar no ônibus, por não apreender cartões que não estão com o titular e por se cobrir com outras blusas que não são o uniforme nos dias de frio.
Tanto cobradores e motoristas pedem o fim da tabela de horários considerados “impossíveis” de serem cumpridos, mais segurança, o fim dos repasses de multas financeiras “injustas” aos trabalhadores e a retirada imediata de atribuições ilegalmente delegadas a motoristas e cobradores, como barrar vândalos em dias de jogo e confiscar cartões.
A categoria pede ainda por melhores condições de trabalho nos tubos, uniforme adequado às condições climáticas para todos os trabalhadores, solução imediata para o problema de troco, intervalo para os cobradores dos tubos e revisão dos pontos de parada.
