Os postos de Curitiba e Região Metropolitana não devem ter o fornecimento de combustíveis afetado pela greve dos caminhoneiros, segundo informações do Sindicombustíveis-PR. A entidade afirma que a maior parte do abastecimento da capital vem da Repar, refinaria da Petrobras, em Araucária, e não deve haver dificuldade na distribuição para os varejistas da região.
O sindicato esclareceu ainda que os registros de postos sem combustível ocorreram em unidades com pouca capacidade de estoque.Além disso, houve grande procura dos motoristas para abastecer seus veículos temendo falta de combustível, como acontece em alguns municípios do interior do estado.
Interior
Na região de Pato Branco, onde todos os postos ficaram sem gasolina e etanol, a liberação de determinados pontos do bloqueio permitiu que alguns caminhões chegassem à cidade. Mesmo assim, a população evita circular de carro pela cidade.
Em Londrina, no Norte do estado, onde foram registradas filas e aumento abusivo dos preços em alguns postos, com o litro da gasolina custando até R$ 7, a entidade informou que há fornecimento de combustíveis por via ferroviária. Ou seja, a cidade não deve ficar desabastecida.
Movimento
A tentativa de acordo entre o governo federal, empresários e caminhoneiros na tarde de quarta-feira não foi suficiente para acabar com os protestos e interdições nas rodovias, pelo nono dia consecutivo. Os bloqueios continuaram ontem em pelo menos seis estados. No Paraná, foram registrados 57 pontos de bloqueio, sendo 38 em estradas estaduais e outros 19 em rodovias federais.
Os protestos ocorrem apesar da determinação da Justiça que proibiu o bloqueio de estradas federais em cinco cidades do Paraná: Curitiba, Londrina, Guarapuava, Toledo e Foz do Iguaçu. Em Londrina, os bloqueios em trechos federais foram encerrados na noite de quarta-feira. A cidade vinha sofrendo com a falta de combustível e escassez de alimentos em supermercados.
Multa
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem que, após inquérito para investigar se a paralisação dos caminhoneiros é lícita ou não, os líderes serão “responsabilizados rigorosamente”. Cardozo disse ainda que os caminhões que tiverem suas placas anotadas em situação irregular nas estradas receberão uma multa que pode ir de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
O ministro afirmou que tentou conversar com as lideranças do movimento, porém, muitos não quiseram diálogo. O grupo, segundo ele, é formado, principalmente por donos de frotas e embarcadores. Sobre o preço do diesel, que é um dos principais pontos na reclamação dos caminhoneiros, Cardozo reafirmou que não há intenção de deixar o combustível mais barato.