Após uma reunião de quatro horas nesta segunda-feira (26), a greve dos motoristas e cobradores de Curitiba e região continua e entra no seu segundo dia nesta terça-feira (27). Na tarde de ontem, poucas conclusões foram definidas. Entre elas, a Justiça mandou que patrões e empregados colocassem veículos nas ruas. Porém, nesta manhã, nenhum ônibus foi visto nas ruas de Curitiba.
O Sindimoc cogitou margar uma coletiva com o seu presidente Anderson Teixeira, porém, por conta do trabalho feito no dia de ontem Teixeira não foi encontrado pelos diretores do sindicato. Por outro lado, segundo a prefeitura, o governo do Paraná marcou uma audiência para esta manhã no Palácio entre os envolvidos.
Havia a determinação para que 70% da frota circulasse nos horários de pico e 50% nos horários de menor movimento, o que não aconteceu.
A solução para a greve, que afeta cerca de 2,2 milhões passageiros em Curitiba por dia, pode ter uma novidade nesta terça-feira, às 14h30 , quando acontece uma nova reunião.
Membros do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), estão orientando os motoristas e cobradores a sair com os ônibus, mas, segundo o sindicato, os próprios trabalhadores estão se recusando a rodar. A greve dos motoristas e cobradores de ônibus deixa o centro de Curitiba vazio nesta manhã.
Enquanto povo pena, governantes não abrem a boca
No dia em que a população de Curitiba teve que tocar sua vida sem contar com o transporte público, seus dois principais representantes, que estão no centro da crise que levou a mais uma greve de motoristas e cobradores de ônibus, preferiram ficar calados. Tanto o governador Beto Richa (PSDB) quanto o prefeito Gustavo Fruet (PDT) se calaram sobre o problema.
A única manifestação pública veio de Fruet, através da rede social Twitter. “Concentrado na busca da solução para o transporte. Todas as informações concentradas na página oficial”, tuitou o prefeito, ainda pela manhã. Do Palácio Iguaçu não saiu uma única palavra sobre o impasse que atrapalha o dia a dia dos curitibanos.
Ao invés de Richa e Fruet, apenas funcionários de segundo escalão deram as caras para falar sobre o assunto e repetiram o mesmo jogo de empurra-empurra que o povo já está cansado de ouvir. Ou seja, nenhuma palavra que indique ao usuário do sistema de transporte coletivo uma solução para o impasse que está penalizando a população.
Pelo contrário. Pelas declarações dos presidentes da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), o desacordo entre governo e prefeitura ainda parece longe do fim. “A Comec quer ajustar a continuidade do convênio antes de fazer o termo de encerramento do anterior”, disse o presidente do órgão estadual, Omar Akel.
Ou seja, o governo do estado quer discutir um novo convênio com o município antes de pagar R$ 16,5 milhões que deve à Urbs. Por causa dessa dívida, a Urbs atrasou o pagamento às empresas que operam as linhas da Rede Integrada de Transporte (RIT). Sem receber, as empresas pagaram apenas parte do adiantamento salarial de motoristas e cobradores, o que levou a categoria à greve.
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Ontem, 2,2 milhões de passageiros ficaram na mão com o transporte coletivo. (Felipe Rosa) |
Ontem, a Urbs se manifestou apenas para criticar a greve dos trabalhadores. “Temos informaç&,otilde;es de que pneus de ônibus foram furados, que foram feitos bloqueios nas saídas das garagens, caracterizando medidas abusivas e ilegais. Além disso, o Sindimoc (sindicato dos motoristas e cobradores) está desrespeitando uma decisão judicial amplamente divulgada e o povo, que fica refém das ações do sindicato”, disse o presidente do órgão, Roberto Gregório, como se o poder público não tivesse nada a ver com esse “desrespeito” ao povo curitibano.
Quem também começou o dia mudo e terminou calado foi o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior. Mesmo tendo a Comec subordinada a sua pasta, ele tem preferido ficar longe da polêmica, ao menos publicamente.
Segundo o Sindimoc, paralisação é pelo atraso no salário e não repasse de recursos para a saúde, e não tem relação com a campanha salarial. O adiantamento salarial, correspondente a 40% do salário, deveria ter sido pago no dia 20. Porém, segundo o Sindimoc, apenas 20% das empresas cumpriram com suas obrigações até sexta-feira, data-limite fixada pelos funcionários do sistema.
Alternativo
A Urbs cadastrou ontem 679 veículos para serviço alternativo de transporte, em função da greve. São 547 carros e vans e 14 micro-ônibus. Os cadastrados continuam operando hoje e outros motoristas podem procurar a Urbs para requerer a autorização. O cadastramento terá início às 6h30, na Área de Inspeção e Cadastro, na Rodoviária. O transporte alternativo é autorizado a operar enquanto durar a paralisação com cobrança de R$ 6 por pessoa, sem mudança deste valor. A população pode denunciar motoristas que estejam cobrando valores maiores, ou operando sem autorização, pelo telefone 156. Taxistas interessados em fazer transporte alternativo também poderão se cadastrar.
Bloqueio
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Ônibus de São José dos Pinhais foi usado para bloquear a canaleta da Marechal. Foto: Olavo Pesch. |
Motoristas e cobradores usaram ônibus para bloquear canaletas usadas pelo transporte coletivo em vários pontos da cidade. Leitores do Paraná Online relataram casos na Avenida Paraná e também na Avenida Marechal Floriano Peixoto.
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