Motorista de ônibus diz ter sido agredido violentamente dentro de um mercado no centro, próximo ao Terminal do Guadalupe, na quarta-feira passada (10). O fato foi divulgado apenas ontem pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), que acompanha o caso. A agressão teria sido motivada pela suspeita de funcionários e seguranças do mercado sobre possível furto cometido pelo motorista. A vítima registrou boletim de ocorrência no 1.º Distrito Policial e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).
O motorista relatou ao Sindimoc que foi ao mercado enquanto esperava o nascimento do filho em maternidade próxima. Ele fez compras no valor de R$ 10, pagou com cartão de débito e colocou as mercadorias nos bolsos. Quando saiu do supermercado, foi abordado por três seguranças, que se juntaram com outros três funcionários. O grupo levou o motorista para uma sala, onde foi agredido. O Sindimoc informa que a vítima levou choques elétricos. O fato teria durado cerca de 15 minutos, conforme consta no boletim de ocorrência.
Depois de ser agredido, o motorista procurou o atendimento médico do Sindimoc, onde foi socorrido. Ele conta com o auxílio do departamento jurídico da entidade no caso. O sindicato apresentou o extrato da conta corrente do motorista, no qual é possível verificar o débito de R$ 10 no Mercado Fontana, onde a agressão teria ocorrido.
Processo
A delegada Mônica Meister, do 1.º DP, vai solicitar o laudo do IML e chamar a vítima para esclarecimentos. Dependendo da extensão das lesões, pode instaurar inquérito para apurar os fatos. Se as lesões forem consideradas leves, deve ser firmado termo circunstanciado. A polícia vai pedir as imagens das câmeras de monitoramento do mercado. Segundo o Sindimoc, independente da decisão da autoridade policial, a vítima vai processar o estabelecimento.
Estabelecimento desconhece ação
Um representante do Mercado Fontana, que pediu para não ser identificado, informou desconhecer o ocorrido. Em conversa com o Paraná Online,a pessoa afirmou que mantém dois seguranças no mercado por causa dos frequentes furtos em virtude da região onde está instalado. Além disso, a empresa mantém circuito de imagens para monitoramento. Quando há questionamento de clientes, como no momento de conferir as compras passadas no caixa, as imagens são consultadas pelos funcionários. O mercado ressaltou que nunca teve problemas com clientes.