Sindicância investiga maus tratos em creche

Denúncias de maus tratos a crianças em uma creche de Curitiba levaram a Procuradoria Geral do Município (PGM) a abrir sindicância, ontem, para investigar o que relataram seis mães que têm filhos no Centro Municipal de Educação (CMEI) Caiuá I, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). As mães reclamam que os filhos são vítimas de agressões físicas e psicológicas, como beliscões, tapas e até mesmo socos, o que levou a Secretaria Municipal de Educação a decidir pelo afastamento da diretora da creche até que se apurem os fatos.

Algumas mães dizem estar preocupadas com as crianças, que constantemente reclamam dos educadores. ?Minha filha não queria ir para a creche porque disse que a tia tinha beliscado a mão dela?, relata Nelci Fabiana Conerado, mãe de uma garotinha de três anos. ?Além disso, tem muitos comentários de outras mães. E não adianta reclamar que a diretora não toma nenhuma providência.?

Merilei Martins afirma que a filha de dois anos disse uma vez que queria fazer xixi, mas não queria engolir. ?Ela contou que não podia fazer na creche, senão a tia dizia que ia fazer ?comer? o xixi.? Sílvia Aparecida Correia, que tem um filho de três anos na creche, conta que o menino já sofreu vários tipos de violência. ?A tia deu um soco no olho dele. E outro dia, quando fui pegá-lo na creche, estava com um caroço roxo na testa. Ele também contou que estava tomando sopa e cutucando os amigos com a colher. A tia viu, tomou a colher da mão dele e mandou continuar tomando sopa com a mão?, diz.

Por outro lado, algumas mães comentam não haver qualquer problema com os profissionais da creche. ?Em uma reunião com a chefia do núcleo regional da CIC, dos 60 pais participantes, 54 disseram que não tinham do que reclamar?, defende Cristiana Guedes, membro da Associação de Pais e Funcionários do CMEI Caiuá I. ?Os hematomas na testa reclamados por uma das mães só foram mostrados na creche depois do fim de semana. A educadora responsável pela criança disse que não havia nada na sexta-feira.? Outra mãe que acompanha o caso, Solange Rocha, enfatiza que a creche é de qualidade e que nunca teve problemas.

Ontem, uma reunião com o superintendente da Secretaria Municipal de Educação, Jorge Wekerlin, as denunciantes e a direção da creche decidiu pelo afastamento da diretora. ?Ela mesma se dispôs a isso, para não interferir nas investigações?, relata o superintendente. ?Se for comprovado algo, pode vir advertência, suspensão e até exoneração, mas, sinceramente, acredito que não seja o caso.? A sindicância deve levar um mês.

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