O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) é contra a autorização concedida pelo Ministério da Educação (MEC) para a abertura de mais um curso de Medicina em Curitiba. O Centro Universitário Positivo (Unicenp) vai ofertar 50 vagas na área. O vestibular acontece em fevereiro de 2003. O sindicato alega que a região está saturada de profissionais e que é preciso analisar a necessidade social antes de abrir um curso em determinado local.

Segundo o médico Mário Ferrari, presidente do Simepar, a entidade está investigando se todos os passos legais para a autorização foram seguidos. “É preciso ver se não passou neste apagar de luzes do governo FHC”, diz. Segundo o presidente, um dos problemas é a já existente saturação do mercado, principalmente em Curitiba e região. De acordo com o sindicato, há um médico para 245 habitantes. A Organização Mundial de Saúde recomenda que esta proporção seja de 1 para mil. “O centro universitário está fazendo o papel dele, o papel comercial, e não há preocupação em relação ao excedente de médicos em Curitiba”, revela. Atualmente seis instituições de ensino do Paraná têm o curso de Medicina. Somente em Curitiba são três. Segundo o Simepar, em 2002, até agora, 253 médicos se formaram na capital e 346 em todo o Estado.

De acordo com Ferrari, a solução seria a ida de profissionais para o interior. “São noventa cidades sem médicos residindo no município”, explica. Além disso, para ele, o mercado de trabalho está difícil porque existe a lei da oferta e da procura.

O presidente defende audiências com entidades médicas antes da abertura do curso. “A coisa aconteceu de forma silenciosa. A gente não sabe como vai ficar, por exemplo, a situação do hospital-escola”, conta Ferrari.

Unicenp

O Unicenp informa que obedeceu a todos os requisitos legais para a aprovação do projeto do curso de Medicina. “Enviamos para o Conselho Nacional de Saúde, o Conselho Nacional de Educação e para o MEC. O projeto seguiu todos os requisitos da lei. O Conselho Regional de Medicina e as outras entidades médicas só podem emitir opinião e não proibir a abertura de um curso. Legalmente não temos que mandar o projeto para o Sindicato dos Médicos”, diz o vice-reitor da instituição, professor José Pio Martins. Quanto ao hospital-escola, o vice-reitor explica que o Unicenp tem convênios com os hospitais Nossa Senhora das Graças e São Lucas e postos de saúde de Curitiba.

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