Siate: salvando vidas a todo momento

No mês de abril, em todo o Paraná, o Corpo de Bombeiros atendeu 3.818 acidentes no trânsito: 1.003 colisões moto/carro; 491 atropelamentos; 447 quedas de moto e 426 de bicicleta. Atendimentos pré-hospitalares foram 3.141 no mesmo período, entre 866 quedas, 664 problemas clínicos e 505 agressões. Nesses últimos dados ainda estão 32 atendimentos a gestantes e 15 a parturientes. Todos os números registrados nas estatísticas do órgão militar representam vidas que foram salvas ou perdidas e, atrás de todas as ocorrências estão os socorristas do Siate. Sempre muito solicitados, mas ainda pouco respeitados.

Somente em Curitiba, entre as ocorrências atendidas pelo Serviço Integrado de atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), em abril, foram 1.053 acidentes de trânsito -180 atropelamentos e 297 colisões moto/carro – e 682 atendimentos pré-hospitalares – 184 agressões e 204 quedas. Atendendo a capital e a Região Metropolitana, atuam 125 socorristas que, após ingressarem na corporação, fazem uma espécie de pós-graduação para poderem desempenhar essa importante profissão.

A rotina diária dos socorristas, como o soldado Altair Batista, de 38 anos, há nove anos é de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso. No quartel, eles ficam de prontidão, aguardando o chamado. ?É só notícia ruim. Toda ocorrência é alguém que está sofrendo e precisando de ajuda?, conta Batista. Segundo ele, as situações mais difíceis, tanto do lado emocional quanto do atendimento, são as que envolvem crianças. ?Uma ocorrência que me marcou muito foi quando atendemos um garoto, em um acidente, que infelizmente foi a óbito. Lembro muito do sofrimento da mãe, quando cheguei ao local?, lembra o socorrista.

É certo que as lembranças negativas são mais numerosas que as positivas, mas nessa profissão um obrigado faz toda a diferença. ?É ótimo ser reconhecido. O último agradecimento que tive foi de um garoto de dez anos que se machucou?, diz Batista que, em um dia de muito trabalho, já chegou a atender 17 ocorrências.

O prazer da profissão, segundo o também socorrista cabo Ivo Justino de Almeida, de 42 anos, é lidar com a vida. ?Desempenhar bem essa função é algo grandioso, pois lida com o ser humano?, afirma. Ele lembra bem da primeira ocorrência que atendeu. ?A situação me tocou. Era um caminhão que tombou, a criança morreu e os pais saíram ilesos. Situações como essas, comuns no nosso dia-a-dia, nos fazem pensar muito?, conta.

Justino diz que a melhor sensação é salvar alguém ou, como é comum, ?tirar uma pessoas do meio das ferragens quase sem ferimentos?. Ele diz que a falta de um ?obrigado? não é problema, mas a falta de respeito, sim, prejudica o trabalho dos socorristas.

?Sempre o curioso atrapalha. Aquelas pessoas que ficam palpitando. Outra coisa que é ruim é quando as pessoas não consideram que também somos humanos e temos que enfrentar e respeitar o trânsito para chegar ao local. As pessoas, infelizmente, não respeitam?, lamenta Justino.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo