Numa tentativa de sensibilizar para a reabertura dos centros comerciais, um representante da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) se reuniu com o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), na manhã de segunda-feira (11). Vander Giordano, que é diretor da entidade, apresentou uma proposta, baseada num conjunto de 23 ações, buscando dar respaldo à reabertura gradual dos estabelecimentos, mas foi embora sem a garantia de uma data – apenas com a promessa de que o assunto será avaliado pela equipe técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), equipe esta que também estuda a respeito da reabertura de academias e centros de esportes.
Giordano, que é também vice-presidente institucional da rede Multiplan, comenta que foi elaborado um protocolo baseado em experiências internacionais, de países que saíram da fase de quarentena de coronavírus, estabelecendo uma série de atitudes que tornariam a atividade mais segura. Entre elas estão o funcionamento em horário reduzido (a sugestão inicial seria das 12h às 20h, para evitar o momento de pico no transporte coletivo), diminuição na capacidade de estacionamentos, obrigatoriedade do uso de máscara e da oferta de álcool em gel, remoção de bebedouros públicos, etc.
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A proposta inclui que cinemas e outras áreas de entretenimento, como espaços voltados para crianças, permaneçam fechados. A Abrasce também não recomenda a realização de nenhum evento, principalmente celebrações de reabertura. Virou assunto nacional a comemoração realizada em um shopping de Blumenau (SC).
Giordano relata ainda que, em dado momento, todos os 577 estabelecimentos associados chegaram a estar fechados. Atualmente, 86 já reabriram as portas, em 10 estados e 52 cidades. Dos 36 shoppings associados no Paraná, metade já está funcionando – alguns desde 22 de abril. São 18 em seis cidades, todas do interior. Há algumas unidades que vão completar dois meses sem operação. Em Curitiba, muitos shoppings adotaram o sistema drive-thru para não ter prejuízo nas vendas para o Dia das Mães.
O representante defende que os shoppings são ambientes controlados, mais amplos que supermercados, e que as pessoas estão temerosas, com medo tanto do vírus como da crise econômica, e não vão se aglomerar nas lojas. Ele destaca ainda, como exemplo, que o tempo médio gasto em compras em uma unidade do Rio Grande do Sul caiu de 35 para 12 minutos.
A reunião não teve a participação do secretário estadual de Saúde, Beto Preto, a quem Ratinho Junior delegou, desde o dia 28 de abril, a decisão sobre a reabertura de shoppings, deixando claro que seria baseada em uma conclusão técnica. Giordano salientou que a conversa com o governador foi em tom de cortesia, para explicar as propostas do setor, e que recebeu como resposta que o governo se preocupa com os aspectos financeiros envolvidos. A reunião terminou sem qualquer definição de data sobre a eventual reabertura dos shoppings.
Em nota, o governo estadual afirmou que “mantém diálogo permanente com representantes de todos os setores econômicos para tratar da retomada das atividades. Uma comissão estadual, formada por especialistas em saúde, é que está avaliando a possibilidade de reabertura de shoppings, igrejas e outros segmentos. Está estabelecido que é o comportamento da curva de contaminação pela Covid-19 que vai balizar o retorno das atividades. Nas próximas semanas o Governo do Estado vai ampliar os testes na população e o resultado permitirá entender o cenário no Paraná e ajudar a tomar decisões com maior segurança.
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