Temer ou não temer

Sexta-feira 13 divide a opinião do povo

Quando chega uma Sexta-feira 13, algumas pessoas não querem nem sair de casa com medo do que possa acontecer. Se essa data cai no mês de agosto, considerado o “mês do cachorro louco”, o medo aumenta. Hoje, nas ruas, as pessoas se dividem entre a indiferença e a superstição.

Durante a semana, as vendas na Casa dos Orixás, no Centro de Curitiba, aumentaram 15%. De acordo com o proprietário, a busca em dias como este é por artigos de proteção, como sais para banho, amuletos e pedras.

“A crença do Candomblé é de que a Sexta-feira 13 é um dia muito forte para se fazer coisas positivas para saúde e prosperidade, mas tem muita gente que evita sair com medo dessa força”, explica Zamir Machado Nascimento, 45 anos, proprietário do estabelecimento.

João Carlos Mendes, 38, é presidente da Associação Paranaense dos Cultos Afro Brasileiros Òjuóbá e acredita que ter medo desta data é bobagem. “Agosto é o mês da terra e realizamos a festa do espírito da cura. Para nós, a sexta-feira é dia de Oxalá, um dia de paz. Não há motivo para ter medo”, lembra o candomblecista, que tem quatro gatos pretos em casa.

Para a numeróloga esotérica Lais Salomão, a origem desse temor pela Sexta-feira 13 teve início no cristianismo. “Na santa ceia, 13 pessoas estavam reunidas. Após a traição de Judas, Cristo foi morto em uma sexta-feira. Isso fez com que muitas pessoas considerassem este um dia ruim, mas no Japão, por exemplo, o número 13 é considerado um número de sorte”, revela.

Ainda depois de Cristo, integrantes da Ordem dos Templários foram mortos também em uma Sexta-feira 13, reforçando a crença de um dia ruim. O empresário Miguel Rosales, 25, veio do Peru e acredita que, no País dele, as superstições na Sexta-feira 13 são muito mais fortes do que no Brasil.

“Lá, várias pessoas têm medo desta data. Não passam embaixo de escada e ficam apavoradas de ver um gato preto”, afirma. O gerente da loja dele, Eduardo Nunes, é uma das pessoas que fez Miguel acreditar que o povo brasileiro não se importa com a data. “Geralmente eu só percebo que é esse dia quando venho assinar a presença no caderno do trabalho”, garante.

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