Financiamento insuficiente do Sistema Único de Saúde (SUS), sobrecarga nos setores de urgência e emergência, má remuneração dos profissionais de saúde. Esses foram alguns dos problemas relacionados por dirigentes de hospitais e gestores de saúde, ontem, durante uma reunião da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Paraná.

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O promotor Marcelo Maggio, da Promotoria de Proteção à Saúde do Ministério Público Estadual (MP), também participou do encontro. Em maio deste ano, a Promotoria instaurou um procedimento investigatório a respeito da sobrecarga dos serviços de urgência e emergência dos Hospitais Cajuru, do Trabalhador e Evangélico.

De acordo com o promotor, ficou acordado que município e Estado apresentariam propostas de solução dos casos. Porém, isso ainda não teria acontecido. “É importante fortalecer o atendimento e a prevenção de acidentes e da violência, que sobrecarregam os hospitais. Mas para que isso aconteça é necessário um trabalho de gestão”, reclama.

Maggio cita que o MP já entrou com diversas ações contra o Estado por conta da falta de investimentos em saúde. De 2000 a 2005, o déficit chegou a R$ 1,796 bilhão.

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A diretora-geral do Hospital Cajuru, Marilise Brandão, analisa que grande parte da sobrecarga nos serviços de urgência e emergência dos hospitais pode ser atribuída aos pacientes com doenças crônicas, que passam a necessitar cada vez mais deste tipo de atendimento.

“Há predomínio da população mais idosa que demanda estes atendimentos, que são os mais caros.” O diretor clínico do Hospital Evangélico, Flamarion Batista, lembra da má remuneração e da falta de estímulo dos profissionais que trabalham na área. “Os salários estão muito distantes da qualificação. Os médicos já estão dizendo que não querem mais trabalhar”, reivindica.

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A secretária municipal de Saúde, Edimara Seegmüeller, lembra a grande demanda da Região Metropolitana de Curitiba, que contribui para a sobrecarga nos hospitais da capital.

“Precisamos de mais financiamento, e todos devemos lutar por isso”, avalia. Já o superintendente de Gestão do Sistema de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Irvandro Carula, defende que a Sesa está investindo em novas unidades, tanto em municípios do interior como do litoral, e destaca ações de prevenção da violência, que, na opinião dele, seriam importantes para diminuir a demanda pelos hospitais.