Pescadores da região norte do Paraná estão querendo diversificar suas atividades pesqueiras. No distrito de Maira, em Lupionópolis, e no município de Centenário do Sul, pessoas que trabalham com a pesca profissional e artesanal estão começando a se organizar para criar uma cooperativa e, dessa forma, fortalecer o próprio poder de barganha no momento da compra e venda de produtos pesqueiros.

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No total, Lupionópolis tem 36 pessoas envolvidas com a pesca e Centenário do Sul tem cerca de 60. Elas atuam principalmente no Rio Paranapanema e na represa do Capivari e fazem parte de uma associação, conhecida como Associação dos Pescadores Profissionais de Porto Itaparica, que tem sede em Centenário e abrange outros municípios da região, num total de 350 associados.

Os pescadores trabalham com alguns peixes de couro, como o mandi e o pintado, e com alguns peixes de escama, como o dourado, o pacu, o campineiro, o piau e o cascudo.

Eles utilizam barcos motorizados e tem autorização para pesca fiscalizada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Também respeitam o período de defeso dos peixes, que dura cerca de quatro meses, em parte do outono e durante o inverno.

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“Como forma de diversificação de suas atividades, os pescadores querem trabalhar com um sistema de obtenção de pescado através de tanque escavado. Com isso, eles poderão adquirir alevinos de produtores e criar os peixes nos tanques, alimentando-os com ração. Não precisarão controlar a desova dos animais, apenas o peso”, afirma o engenheiro do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), José Joaquim Guilhon Ribas, que está auxiliando os pescadores.

Atualmente, quem trabalha com a pesca em Maira e Centenário do Sul ganha, em média, um salário mínimo e meio por mês. Com a organização da cooperativa – que deve começar a funcionar no próximo ano – eles esperam se fortalecer e obter maior lucratividade.

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“A cooperativa vai beneficiar os pescadores, os pequenos produtores e incentivar a economia familiar. Além disso, vai eliminar os atravessadores, que compram o peixe por um preço muito baixo para ganhar em cima do produto”, diz o presidente da Associação de Porto Itaparica, Elpídio Lima dos Santos.