Além dos afogamentos que alimentam as estatísticas de tragédias de sucessivas temporadas de verão, um outro perigo passou a ser alertado pelas autoridades. Segundo a Divisão de Zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o número de acidentes com queimaduras causadas por águas-vivas e caravelas tem aumentado significativamente nos últimos dois anos.

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Segundo a chefe da divisão de Zoonoses da Sesa, Gisélia Rúbio, as últimas duas temporadas de verão registraram entre 50 a 60 casos de queimaduras causadas por invertebrados marinhos.

Os números são extraoficiais, já que a Sesa estima que nem todos os acidentes foram atendidos pelos postos de saúde no litoral. “Em anos anteriores o número de casos variava de dois a cinco acidentes. Agora são dezenas”, afirma Gisélia.

Segundo ela, as mudanças climáticas e eventuais alterações de correntes marítimas podem ter contribuído para o aumento da incidência dos animais nas praias do Sul e do Sudeste.

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Gisélia explica que águas-vivas e caravelas possuem estruturas semelhantes. Enquanto a primeira chama a atenção das crianças devido ao aspecto gelatinosos, a caravela parece um balão, acima da linha da água.

Segundo Gisélia, as caravelas são dotadas de nematocistos microscópicos, que ficam nos tentáculos que, por sua vez, podem chegar a 20 metros de comprimento.

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“Em contato com a pele, os nematocistos disparam um dardo venenoso com células urticantes”, explica. A retirada do tentáculo não pode ser feita com as mãos, uma vez que pode ocasionar em queimaduras nos dedos.

A orientação, segundo Gisélia, é de nunca lavar o local da queimadura com “água doce”, já que os ferrões podem estourar. “É importante lembrar de não secar o ferimento. O ideal é lavar o local com vinagre, o que também pode aliviar a sensação de ardência”, diz.

Segundo Gisélia, o contato com o invertebrado pode evoluir para casos mais graves. Dentre os sintomas, o contato com águas vivas pode ocasionar em dores abdominais, febre e diarréias.

Por isso, é importante que a pessoa se dirija ao hospital ou pronto-atendimento mais próximo, mesmo quando não aparentar gravidade. Para a chefe da divisão de Zoonoses, o ideal é que os pais orientem seus filhos a respeito da presença destes animais na água do mar e que, ao avistá-los, afaste-se ou deixe o mar.

Além das águas-vivas e caravelas, a divisão de Zoonoses da Sesa informa que outros animais também oferecem risco no litoral. Há dois anos, uma turista foi ferida por um peixe escorpião quando pescava na Ilha do Mel.

Na última temporada, um pescador teve uma das mãos perfurada por um ferrão de cerca de 15 centímetros, quando retirava o pescado de uma rede, em Guaraqueçaba. Em caso de dúvidas, os veranistas podem entrar em contato com o Centro de Envenenamento pelo telefone 0800 410148.