Foto: Daniel Derevecki

Categoria vota pelo fim da greve. Servidores receberão reajustes que variam de 25% a 89%.

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Os servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aceitaram, ontem, a proposta de reajuste salarial do governo federal e programaram para segunda-feira a volta ao trabalho. A previsão só não se confirmará se os servidores de outros estados não aceitarem o aumento e a Federação de Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) decidir continuar as negociações. Hoje, faz 96 dias que a categoria cruzou os braços.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), José Carlos Beloto, acha que a greve deve acabar mesmo na segunda-feira. ?Estamos negociando há mais de três meses e nós conseguimos o máximo que o governo podia oferecer?, explica.

Das duas propostas que haviam sido feitas pelo governo federal, apenas uma chegou aos estados para ser estudada pelos trabalhadores. O piso da categoria subirá de R$ 701 para R$ 920 e o reajuste salarial de todos os servidores terá um aumento variando entre 25% e 89%. Os valores vão incidir de forma escalonada nos salários dos trabalhadores, sendo que a primeira parcela, 10%, deve ser incorporada aos vencimentos na metade do ano que vem. O restante virá em 2009 e 2010. Os servidores de apoio técnico receberão os menores valores e os de nível superior terão o maior reajuste, já que foram os que apresentaram mais perdas nos últimos anos.

Porém, Beloto afirma que o aumento é apenas uma equiparação da tabela com outros servidores federais e que a luta para repor a inflação nos próximos anos continuará. Além do aumento salarial, o movimento reivindica elevação do valor pago pelo vale-alimentação e quer auxílio-saúde, mas esses itens serão negociados com a própria UFPR. Os funcionários também continuam pedindo a não-transformação dos hospitais universitários em fundações e são contra projeto de lei que quer limitar o direito de greve dos servidores.

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Na UFPR, cruzaram os braços trabalhadores que atuam no restaurante universitário, na central de transporte e em algumas pró-reitorias. Durante quase 30 dias, a greve também prejudicou o atendimento ao público no Hospital de Clínicas. Em algumas UTIs, o número de atendentes ficou bem abaixo do necessário, inviabilizando novos internamentos. Várias cirurgias também tiveram que ser canceladas. A situação só voltou ao normal por determinação da Justiça Federal.