Tudo menos diálogo

Servidores reclamam do diálogo e Richa insiste que é a melhor saída

A greve dos professores e outros servidores públicos, retomada na segunda-feira, tem como principal motivo a falta de acordo com o governo quanto aos rumos da ParanaPrevidência.

Para os grevistas, as mudanças que o governo pretende fazer colocam em risco o sistema de aposentadorias e pensões dos servidores. Classificam como uma manobra para equilibrar os cofres do Estado, com o fundo de previdência, formado pelos descontos nos salários do funcionalismo público.

Desde o fim da greve anterior, em meados de março, representantes do governo, do Ministério Público e dos servidores se reuniram quatro vezes para debater o destino da ParanaPrevidência: em 17 e 19 de março e em 8 e 22 de abril. Segundo sindicalistas, o governo foi inflexível.

“É uma questão que envolve muito cálculo e análise profunda para se chegar à melhor opção técnica. Não aceitamos a proposta do governo e precisávamos de mais tempo para discussão. Na última reunião, o debate foi encerrado sem acordo”, diz Elaine Rodella, representante do Sindsaúde e do Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores Estaduais (FES).

“Há uma grande discordância na proposta. Não houve debate. Caso seja resolvido na pressa, nos próximos anos os rumos da previdência terão de ser debatidos novamente, pois os recursos poderão faltar”, frisa Marlei Fernandes de Carvalho, presidente da APP-Sindicato, que representa os professores.

Divergências

Em nota, o governador Beto Richa (PSDB) afirmou que “houve um amplo debate com a sociedade”. Além disso, segundo o governador, “a proposta foi elogiada como a melhor para o sistema previdenciário do Estado”. Para ele, a greve é um ataque político ao seu governo.

Richa afirma que não faltará dinheiro para pagar as aposentadorias e pensões.

Entretanto, segundo lideranças sindicais, a proposta enviada à Assembleia Legislativa pode gerar saldo devedor de R$ 12 milhões no fundo previdenciário, em dez anos. Além disso, com a movimentação dos recursos, que deverá acontecer caso o projeto seja aprovado hoje, o dinheiro deixará de ficar aplicado e o fundo corre risco de não se recompor.

Por outro lado, o governo alega que vai colocar R$ 5 bilhões por ano na previdência e garantir o pagamento das aposentadorias e pensões por, pelo menos, 29 anos.

O novo projeto propõe a migração de 33.556 beneficiários (aposentados e pensionistas), com 73 anos ou mais, que hoje recebem pelo fundo financeiro, bancado pelo Tesouro do Estado, para o fundo previdenciário, formado por contribuições do poder público e dos servidores.

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