Assim como os demais planos de saúde, o Instituto Curitiba de Saúde (ICS), que atende os servidores municipais, também encontra dificuldades em completar o quadro de médicos especialistas. Usuários reclamam da demora para agendar consultas.

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De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), a espera chega a mais de seis meses, especialmente para as consultas de dermatologia, endocrinologia e ginecologia. A educadora Lirian de Britto Miorance Alves, 29, passou por uma cirurgia de redução de estômago há um ano e quatro meses. Desde então precisa de acompanhamento de diversas especialidades, entre elas endocrinologia, nutrição e cardiologia, mas não consegue dar continuidade ao tratamento. “Só consegui minha primeira consulta do ano no dia 10 de abril. Procuro tanto na sede do ICS quanto na rede contratada e é difícil”, conta.

Para o diretor de organização de base da entidade, Juliano Soares, a situação é resultado do descredenciamento de diversos consultórios que até então prestavam atendimento na rede do ICS. “O instituto alega que tem dificuldades no orçamento, mas os médicos afirmam que não é feito reajuste há cinco anos. Enquanto isso a contribuição de 3,14% sobre os vencimentos dos servidores é reajustada anualmente”, afirma.

Rede subutilizada

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A presidente do ICS, Ana Luiza Schneider Gondim, afirma que não houve descredenciamento, mas perda de alguns convênios durante a renegociação dos valores pagos. “Tentamos negociar o reajuste ao limite, para preservar o custo aos médicos e a mensalidade paga pelos beneficiários”, argumenta. De acordo com ela, a especialidade em endocrinologia é a que apresenta maior problema em atender a demanda. “A dificuldade em manter o médico está em todo o Brasil”, diz.

Em relação à procura por consultas, Ana Luiza afirma que a rede é subutilizada, congestionando o atendimento. Isto porque, segundo ela, a maioria dos beneficiários prefere se consultar na sede do ICS, onde as consultas não são pagas, ao invés da rede conveniada, que cobra uma taxa de coparticipação de 30% para cada consulta ou exame ambulatorial. “Faz parte de uma cultura entre os servidores procurar sempre a sede do ICS, mas não há desfalque na rede”, alega.

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Entre as novidades do ICS estão as novas linhas de cuidado, espaços onde o atendimento da especialidade é integral. O convênio com os hospitais de referência possibilita que o atendimento seja feito nas especialidades de cardiologia, otorrinolaringologia, nefrologia e ortopedia, além de obstetrícia – que está em negociação. Entre os hospitais que prestam os serviços estão o Hospital Constantini, Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO) e o Instituto do Rim do Paraná.