Os servidores municipais de Curitiba das áreas da saúde, educação, abastecimento, meio ambiente, assistência social e guardas municipais entram em greve hoje. Eles não conseguiram o reajuste de 14,6%, referente às perdas salariais, solicitado à administração municipal.

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Depois de mais um dia de negociações com a prefeitura, ontem, os servidores saíram insatisfeitos e decididos a iniciar a paralisação, que pode atingir os 32 mil servidores da ativa.

O atendimento mínimo em serviços essenciais, como urgência e emergência nas unidades de saúde, está garantido. A partir das 8h, os servidores em greve devem se reunir em frente à Praça Santos Andrade e fazer uma caminhada até a prefeitura, no Centro Cívico.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) reivindicam uma nova reunião com a presença do prefeito para as 14h.

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“Queremos reajuste salarial linear para a categoria. O salário está muito defasado em comparação com a iniciativa privada e com outros municípios”, analisa a presidente do Sismuc, Irene Rodrigues.

Os salários iniciais da categoria variam de R$ 574,11 a R$ 1.638,25. “Os cargos comissionados tiveram reajuste médio de 24% em dezembro passado. Três meses depois, um reajuste menor é negado aos servidores públicos”, contesta.

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Mais que o impasse sobre o salário, a categoria alega que, dos 50 itens apontados na pauta de reivindicações entregue à prefeitura, nenhum foi atendido, como problemas no plano de cargos e nas condições de trabalho.

A contraproposta da prefeitura é esperar o fim deste primeiro semestre para rediscutir a questão salarial, já que reajuste de 6,5% concedido pela administração foi implementado na folha de pagamento deste mês.

“Não é prudente voltar a discutir isso agora porque temos que esperar e avaliar os efeitos que a crise econômica terá sobre o município. Tínhamos um ritmo de expansão que retraiu bastante e que reflete nas receitas públicas”, justifica o secretário municipal de Recursos Humanos, Paulo Schmidt, que se disse surpreso com a greve após as conversas com os sindicatos. “Desde a paralisação dos servidores no dia 31 de março buscamos um acordo para manter a agenda de negociações, que vai até amanhã. Já tínhamos superado as questões financeiras”, diz.

Segundo Schmidt, a adesão à greve não deve ser grande. “Vamos ter uma manifestação ruidosa de poucos servidores, diferente da grande maioria deles, que busca atender com qualidade e dedicação os cidadãos”, acredita.

Funcionários do Estado param no próximo dia 28

Os servidores estaduais também se mobilizam para exigir reajuste salarial do governo do Paraná. Para isso, o ponto de partida será uma paralisação de 24 horas prevista para o próximo dia 28.

Após reunião ontem com representantes da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap), o Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores Estaduais confirmou a paralisação dos servidores estaduais como forma de pressionar o governo. No dia 28, os servidores planejam se concentrar pela manhã em frente ao Palácio das Araucárias e ir até a Assembleia Legislativa à tarde.

A negociação em torno da campanha salarial dos servidores estaduais não teve avanços nas últimas semanas. Na avaliação de Heitor Raymundo, diretor do Sindicato Estadual dos Servidores da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins (Sindi/Seab), a reunião de ontem foi decepcionante. “O governo apresentou números dos quais discordamos e quer que esperemos o mês de maio para negoci,ar”, informou.

Além de reajuste salarial de 15%, a categoria quer implantação imediata das promoções e progressões do quadro executivo; correção das gratificações implantadas desde 2003; ampliação do vale-transporte e auxílio-alimentação para todos os servidores estaduais.

“O que o governo estadual nos apresentou foram apenas projeções econômicas, não propostas concretas. A resposta foi de não implementar custos na folha de pagamento, o que não nos satisfaz”, afirma a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Paraná (Sindsaúde-PR), Elaine Rodella. Outro ponto de luta é a realização de uma auditoria na ParanáPrevidência, gestora do fundo de aposentadoria e pensões dos servidores estaduais.

O Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores Estaduais agrega 19 sindicatos e foi formado para entregar uma pauta de reivindicações unificada ao governo, o que aconteceu no final de março. Pontos específicos de cada categoria serão discutidos junto aos respectivos sindicatos.

“A unificação dos sindicatos fortalece as reivindicações e nossa capacidade de defender um serviço público de qualidade e avanços para o conjunto dos servidores estaduais”, opina Raymundo.