?Não mexa com quem está quieto.? Essa era a mensagem de uma das faixas dos mais de mil servidores que se reuniram para se manifestar ontem, em frente à Prefeitura de Curitiba, contra a proposta de mudar a forma de pagamento do vale-transporte. Apesar de algumas escolas terem fechado e dispensado os alunos para estar no protesto, não foram apenas servidores da educação que participaram. Do movimento também fizeram parte funcionários municipais da saúde e da administração. ?O problema é que eles querem passar o vale-transporte, que normalmente sai no contracheque, em dinheiro, para o Cartão Qualidade. A idéia é fazer a manifestação antes que isso seja efetivado?, explica a professora Alcione Lemos.
A representante do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismuc), Irene dos Santos, alega que a Prefeitura não retirou a proposta, como afirmou na última quarta-feira. Essa afirmação, segundo ela, é ?falsa? e feita um dia antes da paralisação. Na concepção dela, essa seria uma manobra para desmobilizar o movimento. ?A Prefeitura desde ontem está tentando nos desmobilizar, avisando que já reviu a postura em relação à proposta, quando não o fez. Ontem (anteontem), ela nos chamou e não nos deu nenhum documento assinado que indique que desistiu da proposta. Apenas disse que até agosto fica como está, mas não garantiu que a medida não será aplicada após esse período?, reclama.
Outro item na pauta de reivindicação é o fim do teto determinado para o pagamento do benefício.
Segundo a Prefeitura, representantes dos sindicatos foram atendidos pelos secretários municipais de Governo, Maurício de Ferrante, e de Recursos Humanos, Arnaldo Bertone, que receberam o abaixo-assinado dos servidores. Foi reafirmado que está suspenso o desconto do vale-transporte no Cartão Qualidade, que entraria em vigor no próximo dia primeiro, e que o benefício continua a ser repassado em dinheiro. Uma nova reunião deve ser marcada entre os dias 15 e 20 deste mês para continuar as negociações.
