Os servidores da Prefeitura de Maringá entraram ontem em greve por tempo indeterminado. Os trabalhadores reivindicam, entre outros itens, um reajuste salarial de 16,67%. No entanto, a administração municipal ofereceu como proposta final uma reposição de 2,53%. Ontem, no final da tarde, a categoria se reuniu em assembléia para avaliar o primeiro dia de paralisação e decidiu que o movimento continua. São mais de sete mil servidores. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar), 65% estão parados.
As negociações entre o Sismmar e a Prefeitura iniciaram em janeiro, mês da data-base da categoria. No dia 19 de abril, os servidores votaram pelo indicativo de greve, mas até a semana passada, entendendo não haver avanços nas propostas, decidiram cruzar os braços. A decisão foi votada em assembléia no último sábado, na Câmara Municipal. Além do reajuste salarial, os funcionários reivindicam revisão e implementação no plano de cargos, carreiras e salários, que, segundo o sindicato, está defasado desde 1998. Eles também pedem o pagamento da progressão funcional, um benefício concedido a cada dois anos para funcionários efetivos que estão há mais de três anos na função. Esse pagamento estaria atrasado desde janeiro de 2005.
Segundo o secretário de Administração de Maringá, Ademar Schiavone, o total de adesão informado pelo sindicato dos servidores seria um número "ilusório". Ele afirma que a adesão, nesse primeiro dia, foi pequena e não passou de 30%. "Acreditamos que será breve. Essa greve é absolutamente injusta, porque o sindicato pede um reajuste salarial que é impossível ao município pagar. O resto das reivindicações nós já demos", afirma.
Ainda de acordo com o secretário, a proposta apresentada pela Prefeitura é final. "Oferecemos a reposição integral da inflação, linear para todos os servidores; salário mínimo de R$ 450 aos servidores municipais; além de pagamento de 40% do décimo terceiro salário agora no mês de junho", explica.
Pela manhã, de acordo com a Prefeitura, a greve não teria afetado as atividades da administração. No entanto, já teriam conseguido uma liminar na Justiça para que os piquetes não impedissem os servidores que não aderiram a greve de entrar nos locais de trabalho. Segundo o sindicato, serviços essenciais como o cemitério, a coleta de lixo e Hospital Municipal serão mantidos os 30% de funcionários trabalhando. Os demais – escolas, postos de saúde e outros serviços – aos poucos estão parando. No início da noite, os piquetes continuavam montados em pontos estratégicos como o paço municipal, secretaria de serviços públicos e em frente ao transporte escolar.
Sem sinais de negociação, o comando de greve esteve reunido, no final do dia, para definir as táticas para atingir, pelo menos, 90% de adesão nos próximos dias da greve.