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Prefeito Nedson Micheleti alega
falta de recursos.

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Mais de 4 mil servidores municipais de Londrina entraram em greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam um aumento salarial de 21%, que, de acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserv), é resultado de inflações acumuladas dos anos de 2001, 2002 e 2004. Aproximadamente 80% da categoria estava sem trabalhar desde a última segunda-feira. A princípio, a greve se encerraria à meia-noite de ontem. Mas, segundo o sindicato, como não houve negociação com a Prefeitura, os servidores votaram, em assembléia realizada ontem, a favor da paralisação por tempo indeterminado.

A Prefeitura de Londrina divulgou uma nota afirmando que, nos dois dias de paralisação, a direção do sindicato não procurou a administração para negociar. Além disso, a Prefeitura estaria aberta à negociação dentro da capacidade econômica e financeira do município, e dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Segundo os grevistas, a principal alegação do prefeito Nedson Micheleti (PT) para não atender a categoria é a falta de recursos para o reajuste. ?No entanto, o prefeito irá gastar quase R$ 6 milhões em publicidade, além dos recursos a mais com a folha de pagamento por conta da criação de cargos comissionados, com salários que chegam a R$ 10 mil?, acusa a assessoria do Sindserv. No final do ano passado, a Prefeitura criou 24 novos cargos comissionados e, em fevereiro último, anunciou a criação de mais sete para o Serviço de Comunicações Telefônicas de Londrina (Sercomtel).

O município afirma que todos os dados oficiais sobre as despesas previstas no orçamento e a projeção de receitas da prefeitura foram repassados ao sindicato, comprovando a falta de condições de reajustar os salários dos servidores. Segundo a nota, seria irresponsabilidade da administração assumir um compromisso sem ter condições de honrá-lo. ?Qualquer índice de reajuste salarial praticado agora colocará em risco o cumprimento das obrigações do município no atendimento à população e, em curto prazo, também no pagamento dos salários dos servidores?, diz o comunicado.

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Para manter os serviços essenciais, especialmente nas áreas de educação e saúde, a Prefeitura ameaçou tomar medidas judiciais contra os grevistas. A data-base dos servidores, que estão há dois anos sem reajuste, venceu em fevereiro.