A greve em Londrina chega hoje ao 28.º dia e ainda não há previsão para o seu fim. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserv), Marcelo Urbaneja, as negociações estão paralisadas desde o dia 18 de março. Ontem, os servidores fizeram uma carreata pela cidade cobrando empenho do prefeito para pôr um fim ao movimento.
De um lado a categoria exige 21% de reposição, mas Nedson Micheleti afirma que a Prefeitura não tem condições de arcar com um aumento na folha de pagamento.
Enquanto o impasse continua, a população da cidade sofre com a falta de atendimento. Dos 7 mil servidores, cinco mil estão de braços cruzados. Mil são aposentados e o restante está mantendo apenas os serviços essenciais. A falta de atendimento na área da saúde tem gerado vários transtornos à população. Segundo um balanço feito na última sexta-feira pelo Sindserv, das 41 unidades de saúde apenas cinco estão abertas, atendendo 30% da demanda. Outras 24 estão com as portas fechadas e 12 funcionando parcialmente. A Unidade de Saúde Cabo Frio/Imagawa, na região norte de Londrina, chegou a ser aberta à força pelos moradores durante a semana passada.
Na educação as coisas também não andam bem. Das 81 escolas, 31 estão com as portas fechadas, 29 funcionando parcialmente e apenas 20 abertas. ?Mas temos a informação de que as escolas que abriram as portas vão aderir mais uma vez ao movimento?, fala Urbaneja.
Para o sindicalista, o prefeito está fugindo de uma negociação e até agora não se empenhou para colocar um fim a crise. ?Todas as vezes que negociamos falamos apenas com os secretários. Desde o dia 18 de março não temos mais nenhuma resposta?, critica. Segundo ele, Micheleti estaria apenas esperando o movimento se enfraquecer para conseguir abrir as portas da prefeitura.
Ontem os servidores organizaram uma passeata pela cidade e um debate na rádio local para pressionar o prefeito. Reclamam que até agora nenhuma das propostas apresentadas foi aceita.