Apesar da decisão da 2.ª Vara Cível, o Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) afirma que a greve continua, que o Hospital Municipal funciona normalmente, mas que não libera os serviços de coleta de lixo. Eles alegam não ter recebido qualquer notificação judicial e que somente depois de comunicados oficialmente é que os grevistas decidirão o que fazer. Na rua ainda estão, segundo a Prefeitura, quase 4 mil toneladas de lixo.
Como trazem os autos de número 500/06, assinados pelo juiz substituto Abílio de Freitas, ?não se pode admitir a prática de atos que venham colocar em risco a segurança e a saúde da população?. Ainda segundo o documento, ?também a questão do lixo já se tornou, a estas alturas, questão de saúde pública, a medida em que o acúmulo de lixo favorece a proliferação de agentes causadores de doenças?. A liminar, expedida no início da noite da última terça-feira, autoriza que ?seja requisitada força policial para assegurar o funcionamento regular do Hospital Municipal e demais unidades de saúde do município, inclusive do setor de auxiliar de enfermagem, assim como a entrada e saída de pessoas e veículos necessários à regularização do serviço de coleta de lixo e limpeza pública, sem qualquer restrição?.
Segundo o representante da Prefeitura, Ulisses Maia, às 14h de ontem, o 4.º Batalhão da Polícia Militar já havia sido notificado para intervir se necessário. ?Eles (sindicato) não precisam ser notificados. A polícia vai chegar e, se eles não abrirem os portões da Secretaria de Serviços Públicos, vai usar a força?, afirma. Segundo Maia, até o final da tarde de ontem, todos os caminhões ainda estavam impedidos de trabalhar, assim como os funcionários de entrarem na secretaria. Eles aguardavam a intervenção policial. Mesmo com a contratação de dois caminhões terceirizados para a coleta – normalmente o serviço seria feita por onze -, o lixo continuava acumulado pelas ruas. ?Se a greve continua, é por irresponsabilidade do sindicato. Eles sabem que o reajuste reivindicado é impossível de ser dado por uma questão de responsabilidade fiscal e não vontade do prefeito. Não há como pagar mais de 4,53% do ponto de vista legal?, explica Maia.
A presidente do Sismmar, Ana Pagamunici, considera o uso da força policial ?mais uma prova do autoritarismo da atual gestão?. Segundo ela, depois de sexta-feira não houve qualquer tentativa de negociação por parte da administração. ?Só paramos a greve quando as nossas reivindicações forem atendidas?, insiste.