Servidores estaduais de saúde realizaram, ontem de manhã, uma nova manifestação em frente ao Palácio das Araucárias, em Curitiba. Eles reivindicam a implantação de um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) próprio da categoria.
“Atualmente, estamos inseridos no quadro do Poder Executivo. Porém, o mesmo não é compatível com nossa realidade profissional. Trabalhar na área da saúde não é a mesma coisa que trabalhar dentro de um escritório, na Secretaria da Administração, por exemplo”, disse a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado do Paraná (SindSaúde-PR), Elaine Rodella.
Existe uma lei federal número 8142, de dezembro de 1990 que determina que os servidores da saúde tenham um PCCV próprio. Porém, segundo Rodella, a mesma não é cumprida no Paraná. “Precisamos de um plano com escalas de plantão, que organize o trabalho na saúde, e que estabeleça uma política de saúde vinculada à valorização do servidor, instituindo gratificações específicas”, afirmou.
Outra solicitação é a diminuição da jornada de trabalho de quarenta horas para trinta horas semanais, conforme recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS). A redução seria pelo fato de os servidores da saúde estarem sempre expostos a riscos, como em contato com agentes insalubres, e bastante sujeitos a estresse emocional.
“Os servidores estão sobrecarregados de trabalho, pois falta pessoal para executar as atividades. Há muito estresse e muita cobrança, o que tem feito com que muitos trabalhadores adoeçam e tenham que ser afastados das funções que desempenham”, comentou o diretor do SindSaúde-PR, Manoel Furlan Bardero, que é assessor de vigilância em saúde no município de Cianorte.
No final da manhã, integrantes do SindSaúde foram recebidos por representantes do governo do Estado. No encontro, ficou acordado que, amanhã, será realizada uma reunião com integrantes das secretarias estaduais da Saúde, Administração e Planejamento para discutir as reivindicações.