A maioria dos sindicatos dos servidores dos Correios por todo o Brasil rejeitaram ontem a última proposta determinada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Dos 33 sindicatos dos funcionários dos Correios no País, pelo menos 18 deveriam aceitar a proposta de reajuste salarial para que a greve da categoria terminasse.
O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) seguiu a tendência nacional e rejeitou em assembléia a proposta. ?Nosso trabalho, para a empresa, não pode ser parcelado, então não aceitamos o parcelamento da diretoria no nosso salário também?, afirmou o secretário-geral do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos.
Uma nova audiência entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e o comando de greve dos trabalhadores da empresa ocorre hoje no TST. Às 10h, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) deve apresentar a decisão dos sindicatos afiliados à entidade de todo o País. Se a resposta for pela manutenção da greve, a decisão para o acordo entre empresa e sindicato cabe ao TST e o prazo para essa decisão pode sair já na audiência de hoje ou ser marcada sua divulgação para um novo horário.
Como os Correios retiraram ontem a proposta feita na quarta-feira, o TST apresentou como sua a proposta de reajuste salarial de 3,74%, R$ 500 de abono e R$ 60 de aumento real, a ser pago em janeiro de 2008. Desde o início da greve, a reivindicação dos trabalhadores é de reajuste salarial de 47,77% e aumento linear de R$ 200. O vice-presidente do TST, ministro Milton de Moura França, determinou que a empresa reconsidere a retirada da proposta e que os sindicatos a aceitem em assembléia, para que um acordo possa ser firmado.
A direção do Sintcom-PR criticou a posição de Moura França. ?Ao defender a proposta ridícula da empresa, esse ministro mostrou que está do lado dos patrões. Será que o ministro sobreviveria com o salário de R$ 524 recebido por um carteiro??, questiona Santos.
