Foto: Aliocha Maurício/O Estado

Depois da greve, fila no Fórum da Justiça do Trabalho foi grande.

continua após a publicidade

Depois de 45 dias parados, os servidores da Justiça do Trabalho (TRT) do Paraná voltam ao batente. Em greve desde o dia 17 de maio, a categoria decidiu, em assembléia na última sexta-feira, suspender o movimento. No entanto, eles prometem retomar a paralisação se o Plano de Cargos e Salários (PCS), principal reivindicação, não for aprovado até o dia 1.º de agosto. Apesar de nem todas as varas terem ficado todo esse período paradas, o primeiro dia de retomada das atividades assustou. A fila de atendimento era tão grande quanto as pilhas de processos acumulados.

A vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Rosalie Bacila Batista, não soube informar em números a quantidade de processos amontoados. O motivo seria que algumas varas do Estado não pararam todo o período; outras voltaram já em junho – quando a presidência do Tribunal pediu para que os servidores voltassem; e muitas mantiveram os 30% de funcionamento. No entanto, ela afirma que "devemos estar com um bom resíduo". "Vamos ter um período de planejamento, mas com base em experiências anteriores vamos levar de 60 a 120 dias para normalizar a situação. O planejamento fica a cargo de cada juiz, mas para dar conta desse resíduo teremos que voltar com maior produtividade", afirma.

Uma das comarcas paranaenses onde as cinco varas do Trabalho permaneceram rigorosamentes paradas foi Maringá. Porém, para todas as varas do Estado, a recomendação da presidência do TRT é que durante essa primeira semana de volta ao trabalho o atendimento seja feito das 9h às 18h e não o normal, que seria a partir das 12h.

Outra medida tomada foi a suspensão dos prazos por cinco dias úteis, para que os servidores possam dar conta da demanda e para que os advogados não sejam pegos de surpresa. "Estamos recomendando também que as publicações também sejam feitas em proporções razoáveis, observando as mais antigas", orienta Rosalie.

Fila

continua após a publicidade

No Fórum Regional do Trabalho, a fila para os serviços de distribuição de petições e protocolos era grande. Entre os que aguardavam, o estagiário de Direito, Wilson Rhoden, enfrentou uma espera de mais de uma hora e meia para conseguir protocolar. Ele conta que esperou muito mais. "Não foi possível fazer esse serviço durante a greve", diz ele.

O representante do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho do Paraná (Sinjutra), José Padilha, afirma que o acúmulo é significativo e que será preciso intensificar o trabalho por pelo menos 90 dias. Segundo ele, a greve mobilizou 24 estados e quase 108 mil servidores no País. Ontem, todos estavam voltando ao trabalho. "Foi uma volta em razão de aceitarmos a proposta formalizada pelo governo federal. Mediante acordo com o Supremo Tribunal Federal eles garantem que não haverá mais nenhum empecilho ao Projeto de Lei sobre o PCS, em trâmite. Entendemos esse acordo como um ponto positivo, mas damos o prazo de até 1.º de agosto", explica.

continua após a publicidade