Funcionários dos Fóruns Criminal e Cível de Curitiba paralisaram ontem as atividades por até uma hora e meia para entregar à população uma carta aberta. O objetivo era informar publicamente as reivindicações dos servidores do Judiciário, que desde o final de abril protestam em cidades do interior pela contratação de mais pessoal e reajuste nos salários. Os servidores prometem manter as paralisações diariamente até o dia primeiro de junho, data-base da categoria, quando a pauta oficial de reivindicações será entregue à presidência do Tribunal de Justiça (TJ).
O coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Paraná (Sindijus-PR), José Roberto Pereira, afirma que os representantes da classe estão empenhados em conseguir a adesão de mais municípios ao movimento. O próximo alvo é a Região Metropolitana de Curitiba, além dos juizados especiais da capital. No interior, as comarcas de Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Ponta Grossa, Francisco Beltrão, Paranavaí, Loanda, Nova Londrina e Santa Izabel do Ivaí continuam as paralisações. São Miguel do Iguaçu deve iniciar o movimento hoje. ?Também nos contataram para comparecermos em Umuarama, Campo Mourão e Maringá?, informa.
Em Curitiba, ontem, os primeiros a paralisar as atividades foram os servidores do Fórum Criminal, que deixaram os postos de trabalho às 12h30 e retornaram às 14h. No Fórum Cível, a manifestação começou um pouco mais tarde, às 13h30, e durou uma hora. Nesse meio tempo, os trabalhos ficaram a cargo dos estagiários, mas os sindicalistas alegam que não houve prejuízo ao atendimento. ?Nosso objetivo não é fazer greve, apenas mostrar as deficiências com as quais lidamos?, enfatiza Pereira, que acredita na compreensão popular: ?Quando vêem que faltam servidores e por isso os processos não andam, a situação muda?.
Deficiências
O coordenador do Sindijus estima que seja necessária contratação de pelo menos 1,5 mil pessoas. Na carta distribuída à população, os servidores informam que ?o excesso de serviço vem adoecendo trabalhadores? e que ?a estrutura do Judiciário encontra-se abarrotada de estagiários, que não estão aqui apenas para aprender, mas sim para tapar os buracos deixados pela falta de pessoal?.
No dia primeiro, documento cobrando mais estrutura e contratação de servidores, bem como implantação do plano de carreira e reajuste salarial de 68%, será entregue oficialmente em audiência ao presidente do TJ, desembargador Vidal Coelho. O TJ não se posicionou sobre o assunto até o fechamento desta edição.