Mais uma vez os servidores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) vão paralisar as atividades em todo o País. Dessa vez prometem ficar de braços cruzados durante três dias. Só vão ser feitas as perícias médicas que estavam agendadas. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Previdência, Ação Social e Trabalho do Estado do Paraná (Sindprevs), Hélio de Jesus, os trabalhadores querem a realização de concurso público, implantação do plano de cargos e carreiras e melhorias nas condições de trabalho. Essas reivindicações são as mesmas do ano passado, mas até o momento não foram cumpridas pelo governo. O movimento deve atingir também os serviços da área da saúde onde atuam servidores federais e da Delegacia Regional do Trabalho (DRT).
Segundo Hélio, as condições de trabalho dos servidores são precárias, desde as instalações até a utilização de equipamentos obsoletos. Esta semana, por exemplo, o sistema ficou fora do ar quase todos os dias nas agências do INSS em Curitiba. "Como você vai falar para uma pessoa, às 10h, que não pode atendê-la porque o sistema caiu, se ela chegou ao posto às 4h. Os servidores são obrigados a ouvir absurdos da população que tem razão em reclamar", diz Hélio.
Os servidores também estão descontentes com o novo horário de atendimento à população. Antes, as agências abriam às 8h e fechavam às 14h, mas hoje elas ficam abertas até às 18h. A população ganhou mais tempo para pedir os benefícios, mas a quantidade de funcionários continuou a mesma. Hélio calcula que só no Paraná seriam necessários mais 1,2 mil trabalhadores para dar conta de todo o trabalho. No entanto, ele diz que no último concurso apenas 10 novos trabalhadores foram incorporados em Curitiba, enquanto muita gente se aposenta ou pede exoneração. Outra reivindicação é o plano de cargos e carreiras.
Em Curitiba, todas as agências vão estar com as portas fechadas. Só vão ser feitas as perícias médicas já agendadas. Também vão estar fechadas as agências de Colombo, São José dos Pinhais, Araucária e Fazenda Rio Grande. Campo Largo e Paranaguá vão estar de portas abertas. Na região de Londrina, das dez agências, seis vão fechar as portas e, em Ponta Grossa, das dez, duas vão estar fechadas. As agências de Cascavel, Foz do Iguaçu, Palmas e Maringá também vão aderir a paralisação.
A greve vai atingir mais as agências do INSS do que os servidores da área da saúde e da DRT, embora as outras categorias também enfrentem problemas. Um deles é a falta de equipamentos na rede que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na DRT, um dos problemas é a quantidade de pessoas terceirizadas atuando, principalmente, para atender a solicitação do seguro desemprego.
Maringá
O atendimento móvel do INSS a 27 municípios da região de Maringá está paralisado desde o dia 22 deste mês. Falta dinheiro para gasolina, alimentação e hospedagem dos funcionários que viajam a semana toda para atender pessoas que vivem em cidades que não contam com o atendimento de uma agência do INSS.
A gerente executiva interina do INSS em Londrina, Maria C. Mello, disse que o serviço será restabelecido depois que o Ministério do Planejamento liberar o dinheiro. O orçamento já foi votado e aprovado.