Funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Paraná iniciaram ontem greve branca em protesto à Medida Provisória (MP) 366, que divide o órgão em duas instituições. Os servidores deliberaram em assembléia pelo movimento na última sexta-feira – a exemplo da decisão tomada no Distrito Federal e em Rondônia, onde as atividades estão paralisadas até a assembléia nacional, que acontece na quinta-feira e que decidirá se haverá paralisação geral. No Amazonas a greve já foi instaurada por tempo indeterminado.
A decisão de greve no Estado não afetará os serviços de emergência ambiental e nem as vistorias relativas às atividades de exportação no Porto de Paranaguá e em Foz do Iguaçu. No entanto, não haverá atendimento ao público.
?Todos os 160 funcionários estarão no prédio, mas atuarão apenas nos serviços essenciais?, afirma a representante da Associação dos Servidores do Ibama (Asibama) no Paraná, Guadalupe Vivekananda.
A plenária da última semana também aprovou uma comissão para avaliar tecnicamente as possíveis perdas para o meio ambiente ocasionadas com a edição da Medida Provisória, que cria o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e, segundo os grevistas, acaba com a unicidade da gestão ambiental, além de tirar parte dos recursos destinados ao Ibama.
Autoritária
Guadalupe adianta que a greve no Estado será mantida pelo menos até um dia depois da assembléia nacional, quando os servidores do Paraná se reúnem novamente para discutir os próximos passos do movimento. ?Geralmente apoiamos a decisão nacional, mas iremos discutir os resultados da assembléia na sexta-feira para saber se todos estão de acordo e verificar os procedimentos que adotaremos no Estado no caso de greve por tempo indeterminado.?
A greve no Paraná, segundo ela, é sinal de descontentamento da categoria com a maneira como foi colocada a MP, ?de cima para baixo e de forma autoritária, sem qualquer consulta aos servidores e à sociedade em geral?, descreve.