O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest), José Carlos Assunção Belotto, afirmou que até a manhã de ontem não havia recebido intimação da Justiça Federal ordenando que os servidores do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba, em greve desde o último dia 28, retornassem ao trabalho.
Na quarta-feira, a juíza federal Giovana Mayer, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), determinou a volta dos trabalhadores ao considerar que a paralisação está afetando serviços essenciais do hospital. Caso contrário, será aplicada multa de R$ 2,5 mil aos dirigentes sindicais. A Justiça também autorizou a Universidade Federal do Paraná (UFPR), caso ultrapassado o prazo de 12 horas para retorno após o recebimento da intimação, a punir os faltantes com as sanções previstas no Estatuto do Servidor Público e com o desconto em folha daqueles que não voltarem ao serviço.
Belotto não quis comentar a liminar, alegando desconhecer o teor da ação, mas disse que, em uma reunião na quarta-feira com a direção do hospital e com a Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), já havia sido acordado que a partir da próxima segunda-feira os servidores das áreas de urgência voltariam todos ao trabalho. A direção do HC já havia pedido ao comando grevista, na semana passada, para que os funcionários técnico-administrativos retomassem 100% do atendimento na Unidade de Terapia Intensiva, Pronto Atendimento e Emergências, o que os grevistas rejeitaram em uma assembléia na terça.
Ontem, diversos setores do HC continuaram operando com efetivo reduzido. O hospital informou que só irá se manifestar sobre o assunto na segunda-feira, mas o diretor Giovani Loddo admitiu, ainda na quarta-feira, que uma eventual extensão da paralisação iria piorar a situação de atendimento da instituição, a qual ele disse ser precária até mesmo sem a greve.
Os servidores do HC aderiram a uma paralisação nacional por tempo indeterminado promovida pela Federação de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). Entre as reivindicações estão vetos a medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e à Emenda 3. A greve dos servidores, que teve início dia 28 de maio, também é por melhores condições de trabalho.