Servidores do Dnit no Paraná aderem à greve nacional

Seguindo o movimento nacional deflagrado na última sexta-feira, os cerca de 120 servidores do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) no Paraná, autarquia ligada ao Ministério dos Transportes, iniciaram ontem uma greve por tempo indeterminado.

A principal reivindicação é a equiparação de seus salários aos de agências reguladoras e a realização de concurso público. A paralisação pode causar atrasos em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em todo o País, e prejudicar outras obras de conservação de rodovias.

De acordo com o analista do Dnit, Wellington Bley, o impacto maior no Paraná deverá ser sentido em três áreas: reparos em rodovias no Estado – caso a greve se estenda por mais de três dias – poderão deixar de ser feitos, recursos para multas de trânsito emitidas pelo órgão ficam parados e também deixam de ser emitidas autorizações especiais de trânsito (AET’s) – necessárias para transporte de cargas especiais.

Há em andamento, no Estado, apenas uma obra do PAC sob responsabilidade do Dnit, que é a construção e pavimentação de 83 quilômetros da BR-153, entre os municípios de Ventania e Alto do Amparo, na região dos Campos Gerais. Segundo a assessoria de imprensa do Dnit, as obras não devem atrasar. Mas o órgão admite que os serviços internos ficarão parados durante a greve.

A principal exigência dos servidores é o cumprimento integral de um acordo firmado com o governo federal e quebrado, segundo os grevistas, pela Medida Provisória 441, publicada há duas semanas.

Entre os termos do acordo, fechado no primeiro semestre de 2008, estavam a reestruturação de carreira e das tabelas salariais, e gratificações recebidas pela categoria.

Os grevistas usam como parâmetro a remuneração dos servidores da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, em alguns casos, chega ao dobro dos valores pagos no Dnit, para cargos semelhantes. No caso de engenheiros, por exemplo, a diferença salarial chega a R$ 7 mil.

Os funcionários também reivindicam melhores estruturas para o órgão, a redução na contratação de empregados terceirizados e a abertura de novos concursos públicos. “Há dois concursos aprovados que ainda não foram feitos”, diz Bley.