A Justiça determinou a reintegração de posse dos prédios da prefeitura na manhã desta quarta-feira (28), onde estavam acampados há mais de 20 dias manifestantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismuc). Um oficial de justiça acompanhado de policiais militares entregou a ordem judicial e, em seguida, o local foi desocupado pelos grevistas.
De acordo com a procuradora do município, Claudine Camargo Bettes, o mandado de reintegração de posse foi necessário porque a prefeitura estava recebendo muitas reclamações da população, principalmente por causa do barulho causado pelos carros de som utilizado pelos manifestantes. ‘Moradores e trabalhadores dos prédios da região reclamaram do barulho muito alto. Além disso, os próprios funcionários municipais tinham dificuldade de acesso aos prédios da prefeitura por conta das barracas e churrasqueiras que eles montaram para o acampamento. Estava causando muito transtorno e infelizmente tivemos que recorrer à Justiça‘, explicou.
Segundo a procuradora, um oficial de justiça tentou entregar o pedido de reintegração de posse na última sexta-feira (23) à noite, mas os advogados do Sismuc se recusaram a receber. Diante da recusa, a juíza determinou que o oficial retornasse ao local acompanhado da Polícia Militar para fazer cumprir a ordem. ‘A juíza entendeu que o direito de protestar não poderia atrapalhar o direito de ir e vir do cidadão‘, esclareceu.
Depois que deixaram o acampamento em frente aos prédios públicos, os manifestantes seguiram para a Praça Santos Andrade, onde realizaram uma reunião para definir novas ações. Na parte da tarde retornaram ao local munidos de vassouras e varreram as calçadas e a rampa em frente à prefeitura. Segundo a assessora jurídica do Sismuc, Irene Rodrigues, foi um ato simbólico. ‘Nós queríamos varrer o desrespeito da prefeitura com os trabalhadores, os equívocos de informação que aconteceram em relação ao descumprimento da ordem judicial que só foi entregue para nós hoje (28) pela manhã e a postura irredutível do prefeito em abrir uma negociação‘, explicou.
O Sismuc programou para a manhã desta quinta-feira (29) uma ‘passeata do silêncio‘, com o objetivo de informar a população sobre as atitudes e o tratamento da prefeitura em relação aos servidores da saúde. ‘Nós queremos apenas um tratamento igualitário e enquanto a prefeitura não nos der espaço, não abrir as portas para uma negociação, a greve vai permanecer por tempo indeterminado‘, informou Irene.