Cerca de 150 funcionários do Hospital Regional de Paranaguá paralisaram as atividades ontem, para reivindicar pagamento integral dos salários e exigir do governo estadual acertos de férias e fundo de garantia atrasados. Os servidores fizeram manifestação em frente ao hospital com faixas e cartazes e distribuíram uma carta aberta à população com suas reivindicações. A manifestação começou às 7h e terminou por volta das 16h30, quando enfermeiros, auxiliares e técnicos da área da saúde e do setor administrativo voltaram ao trabalho.
Um acordo entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e os funcionários deve ter início na próxima terça-feira, dia 19, quando o diretor geral da secretaria, Carlos Manoel dos Santos, vai até a cidade para discutir a pauta dos servidores. A principal reclamação dos funcionários é com relação ao valor dos salários. Eles acusam que, apesar de seus contratos de trabalho constarem remuneração inicial de R$ 697 mais vantagens, como o adicional insalubridade, não recebem valor superior a R$ 554, incluídos os benefícios.
?No papel, chegaríamos a ganhar quase R$ 900, mas o pessoal somente se sujeitou a trabalhar dessa forma porque precisam do emprego e a pressão é grande. Agora, a situação está insuportável?, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde de Paranaguá, Jaime Ferreira dos Santos. Os 240 funcionários do hospital foram contratados via teste seletivo há dois anos, quando o hospital passou a ser administrado pelo governo do Estado. Eles garantem que, nesse meio tempo, nunca receberam integralmente os salários contratuais.
Outra reclamação dos servidores é com relação ao custeio do vale-transporte, que, afirmam, é bancado pelos trabalhadores. ?Isso é contra a lei, que determina que o desconto do valor seja de 6%. Nós pagamos mais de R$ 80 por 50 vales?, reclama. O vale- transporte em Paranaguá custa R$ 1,80. Os trabalhadores reclamam ainda que o governo lhes deve pagamento referente a férias e fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS).
Apesar da paralisação, o diretor do hospital, Carlos Eduardo Marcondes, garante que não houve prejuízos ao atendimento. ?Em todos os setores tinham funcionários e enfermeiros (os médicos não aderiram à manifestação). Muitas pessoas que estavam escaladas para o dia compareceram e a direção da Regional de Saúde pediu reforço de funcionários antecipadamente?, afirma. ?Apesar de termos trabalhado com contingente menor, todo atendimento necessário foi prestado?, disse.