Os servidores municipais de Curitiba decidiram ontem, por unanimidade, aprovar o indicativo de greve a partir do dia 15 de abril. Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Irene Rodrigues, os trabalhadores, que pediam reposição de 14,6% referentes a perdas salariais entre 1999 e 2005, não aceitaram a proposta feita pela prefeitura de Curitiba, que previa 6,5% de aumento e de manter a negociação para dar um aumento real até o final do mês de julho. A greve pode ser por tempo indeterminado. Ao todo são 30 mil servidores ativos e cinco mil inativos.

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Pela manhã, os servidores realizaram uma caminhada pelas ruas do centro de Curitiba, saindo da Praça Santos Andrade e se concentrando em frente à prefeitura, no Centro Cívico. Rodrigues comentou que a prefeitura teria uma dívida com a categoria quanto às perdas salariais dos últimos anos.

“No primeiro ano de gestão do Beto Richa, foi assinado um compromisso para zerar as perdas de 14,6%, do período entre 1999 e 2005”, afirma. Uma das saídas para atender o pedido seria a incorporação de receitas variáveis, como gratificações, nos salários dos servidores.

O Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) também participou da organização do protesto de ontem. Especificamente na educação, os servidores querem também o aumento da hora-atividade, tempo que os professores possuem dentro da jornada de trabalho para a preparação de aulas, planejamento de atividades, correção de provas e realizar estudos.

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“Hoje a hora-atividade é de 20% da jornada, o mesmo patamar desde 1985. A demanda aumentou desde então e estamos pedindo 33% da jornada, para avançar nas condições de trabalho dos professores”, comenta Simeri Calisto, do Simmac. O sindicato ainda iria propor um aumento escalonado da hora-atividade, para 40% em 2010 e 50% em 2011.

A adesão à manifestação de ontem foi considerada significativa por Rodrigues. De acordo com ela, muitos servidores ficaram na dúvida em participar da mobilização por causa do pagamento das gratificações.

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“Essa política de remuneração variável pressiona. Uma falta e você pode perder a gratificação, que pode chegar a 200% do salário. Os servidores acabam pensando muito antes de vir. Mas, mesmo assim, a adesão foi significativa”, avalia Rodrigues.

A assessoria de imprensa da prefeitura informou que 39 das 338 unidades de educação da capital paranaense pararam as atividades, enquanto as creches não tiveram problemas de funcionamento. Das 117 unidades de saúde, 16 tiveram atendimento parcial, contudo nenhum posto de saúde fechou.

A assessoria informou que 866 funcionários faltaram ao serviço ontem. Foi reiterado ainda que a prefeitura de Curitiba vai manter a proposta apresentada aos servidores e que não vai se manifestar acerca do indicativo de greve aprovado pelos trabalhadores.