Os servidores técnico-administrativos da UFPR e da UTFPR iniciaram às 13h desta quinta-feira (20) a greve decidida em assembleia da categoria no último dia 17. A paralisação, que envolve trabalhadores de diversos setores das universidades e também do Hospital de Clínicas (HC), ainda não tem data para terminar.
Marcio Palmares, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest), sindicato que representa a categoria, afirma que a mobilização é uma resposta às atuais condições de trabalho e aos salários praticados. Segundo Palmares, as conquistas da greve de 2012 se mostraram insuficientes, já que uma das reinvindicações da categoria, o aumento salarial de 15%, foi parcelado em três anos, ou seja, reajuste de 5% a cada ano.
“Isso foi insuficiente para bancar as perdas históricas e a inflação do período”, reitera o sindicalista.
Questões salariais
Outro ponto importante apontado por Palmares está na ausência de data-base para os servidores técnico-administrativos federais, o que implica em não haver uma programação para reajustes salariais, e também a não existência de um piso salarial para a categoria. “Em alguns setores o profissional entra ganhando R$ 800 e em outros R$ 1,5 mil”, completa.
O Sinditest aponta que, entre os fatores que mais prejudicam os trabalhadores, está o fato de o salário não ser reajustado segundo o salário mínimo brasileiro. “Cada vez que o salário mínimo sobe nós ficamos mais pobres”, lamenta Palmares.
Hospital de Clínicas
A paralisação dos servidores também deve afetar o funcionamento de um dos principais hospitais de Curitiba, o HC. Como auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos estão veiculados ao Sinditest, a paralisação pode afetar também as consultas médicas no hospital. “Atualmente, o HC tem um déficit de 600 profissionais e opera com a metade de sua capacidade”, disse Palmares.
O atendimento do HC pode ser prejudicando ainda mais com a possível demissão de 916 funcionários contratados pela Fundação da UFPR (Funpar). O ajuste do quadro profissional do hospital se deve à ordem do Tribunal do Trabalho que exige a contratação de funcionários por meio de concurso público.
