Servidores da UFPR param hoje e amanhã

Cerca de 200 servidores técnicos-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) paralisam suas atividades hoje e amanhã. A decisão foi tomada por unanimidade ontem de manhã, durante assembléia realizada na Reitoria. O movimento nacional, convocado pela Federação dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), é para pressionar o Ministério da Educação (MEC) a cumprir o acordo que pôs fim à greve dos servidores no final do ano passado.

Em Curitiba, os servidores devem se concentrar no pátio da Reitoria da UFPR hoje, a partir das 10h, com faixas e caminhão de som. Um documento deverá ser entregue ao reitor Carlos Augusto Moreira Junior, solicitando manifestação em relação ao Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS). De acordo com o presidente em exercício do Sindicato dos Técnicos-Administrativos do Ensino Superior (Sinditest), Landri Roberto Roehrs, a Fasubra teria entregado o Plano ao MEC em maio último, mas o Ministério não teria encaminhado o documento ao Congresso Nacional.

O Plano, conta Roehrs, permitiria que o servidor fizesse carreira no setor público. “Se alguém entra como auxiliar de enfermagem, por exemplo, poderia se transformar em técnico de enfermagem e até em enfermeiro-padrão. Hoje, quem entra como auxiliar, mesmo que tenha diploma universitário, continua na mesma função”, explica. O Plano de Cargos teria reflexos ainda na questão financeira. O aumento salarial seria de 40% na média.

Não cumpriu

Roehrs lembra que o governo federal ainda não cumpriu nenhum dos acordos firmados em novembro do ano passado. Segundo ele, houve compromisso de reposição de 24 mil vagas através de concurso público, reajuste salarial de 98% – por conta de oito anos sem reajuste -e envio do PCCS ao Congresso Nacional. “O governo, até agora, só concedeu aumento salarial de 3%, e ainda por determinação do STF”, reclama Roehrs, acrescentado que o governo federal teria concordado em fazer um plano para fazer a compensação da perda de oito anos sem reajuste, mas que tudo não passou de promessa.

A paralisação de 48 horas no Paraná – em alguns Estados será de 72 horas -, é apenas a primeira manifestação para uma possível greve programada para janeiro de 2003. Em Curitiba, como será baixo o número de servidores que vão aderir à paralisação -cerca de 200 em um universo de 4 mil -, a população deverá ser pouco afetada. Segundo Roehrs, o Restaurante Universitário (RU) poderá parar, enquanto o atendimento do Hospital de Clínicas ficaria um pouco prejudicado. No Paraná trabalham 4,5 mil servidores técnicos-administrativos. Em todo o Brasil são cerca de 180 mil servidores.

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