Servidores técnico-administrativos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) realizaram ontem uma paralisação em protesto contra algumas medidas adotadas pela Reitoria da entidade nos últimos dias. Segundo o Sindicato dos Servidores da UEL, cerca de 80% dos servidores não trabalharam ontem, em adesão à manifestação. Os funcionários voltam a trabalhar normalmente hoje.
Ao todo, são 21 as reivindicações dos servidores. Mas três pontos específicos geraram reclamações de toda a classe e deram origem à paralisação: o rodízio de turno dos vigilantes, a transferência de setores sem aviso prévio e o corte do vale-transporte. ?O rodízio de turno foi imposto arbitrariamente. Funcionários que trabalham à noite há 20 anos e já têm toda sua vida construída com base nisso agora terão de trabalhar também de dia, não podendo estudar no contra-turno ou fazer qualquer outra atividade?, contestou o presidente do sindicato, Itamar André Rodrigues do Nascimento.
Mas foi o corte no vale-transporte que mais causou revolta entre os servidores. Por lei, só têm direito ao benefício os funcionários que recebem até três salários mínimos. ?Acontece que agora eles incorporaram todos os adicionais que os servidores recebem ao cálculo. Assim, centenas de servidores perderam o direito ao vale-transporte?, disse Itamar.
No final da manhã, os manifestantes concentraram-se em frente ao gabinete do reitor Vilmar Sachetin Marçal, que recebeu uma comissão de servidores para discutir a pauta de reivindicações. Como o reitor está com viagem marcada para o exterior amanhã, o vice-reitor, César Antônio Caggiano Santos, que também participou da reunião, prometeu levar as questões da transferência de setores e do rodízio de turnos para rediscussão no conselho de administração, que tem reunião marcada para quarta-feira.
Quanto à questão do vale-transporte, a assessoria de imprensa da universidade explicou que a Reitoria tomou tal medida após ser notificada pelo Tribunal de Contas do Estado, que considerou ilegal o pagamento de vale-transporte a quem recebe acima de R$ 1.050,00. O pagamento, conforme a UEL, caracterizaria improbidade administrativa. Assim, a Reitoria também se comprometeu a encaminhar à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia um pedido de revisão na legislação. ?A reunião foi positiva e sentimos o comprometimento da administração em estudar o problema. Porém, se no final da próxima semana não houver avanços, o sindicato convocará nova assembléia para discutir uma paralisação por tempo indeterminado?, disse Itamar.