Os trabalhadores de hospitais particulares e filantrópicos de Curitiba mantêm a greve por aumento salarial. A paralisação, que entra hoje no terceiro dia, está realizando piquetes diários em frente às instituições. Ontem, os trabalhadores ficaram concentrados no Hospital Evangélico, inclusive com uma manifestação à noite. No final de semana, a greve continua, mas sem os piquetes. Para a segunda-feira, o hospital escolhido pelos grevistas para a manifestação é o Nossa Senhora das Graças.
A categoria está reivindicando um reajuste salarial de 17%, e o setor patronal ofereceu como contra proposta o repasse de 3,34%. Sem acordo, a Justiça é que deve decidir o impasse. Para a próxima quinta-feira, às 15h, está marcada a audiência de dissídio, no Tribunal Regional do Trabalho.
Um pequeno grupo de trabalhadores dos hospitais Evangélico e do Trabalhador aderiram à paralisação, mas, segundo a direção dos dois hospitais, nenhum serviço ou atendimento foi afetado pela greve. De acordo com a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), Isabel Cristina Gonçalves, a entidade ajuizou na Justiça o pedido de dissídio, já que não teve nenhum avanço nas negociações. ?Nós tivemos três rodadas de negociações e não entramos em um acordo. Nossa esperança é que isso mude a partir de agora?, falou.
A sindicalista acrescentou que os números apresentados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Di- eese) sobre a condição financeira dos hospitais revela um discurso diferente do que vem sendo apresentado pelas instituições.
De acordo com o estudo, a defasagem nos valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e convênios foi compensada com a melhoria de gestão dos hospitais, que representou um acréscimo de mais de 10% nas receitas. Também, um aumento de 18% na arrecadação de Imposto Sobre Serviços (ISS) pela venda de serviços no segmento de saúde. ?Isso prova que o discurso empregado é muito diferente da realidade?, falou Isabel.