Reivindicando um plano de carreira específico e a adequação da jornada de trabalho, os servidores de saúde pública estadual realizam hoje uma manifestação no Centro Cívico, em Curitiba. A intenção é sensibilizar as autoridades quanto à situação e iniciar negociações com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Incorporados ao Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) do quadro próprio do Poder Executivo, válido para a maioria dos funcionários públicos estaduais, os servidores de saúde querem um plano próprio, que respeite as características da área. ?Queremos um plano adequado à situação de pressão que vivemos. Lidamos com a vida. Queremos valorização do profissional que trabalha num hospital psiquiátrico, que trabalha em um laboratório com risco de infecção e que tem segundos para tomar a decisão que pode ser o diferencial entre a vida e morte?, argumenta Graziela Sterneim, diretoria do Sindidato dos Servidores na Saúde no Estado do Paraná (SindSaúde-PR).
Para os servidores, a principal questão é quanto à jornada de trabalho, uma vez que, enquanto o PCCS dos servidores estaduais determina uma jornada de 40 horas semanais, há resoluções da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para que a jornada de profissionais de saúde tenha, no máximo, 30 horas. ?Há inclusive uma lei federal que estipula em 20 ou 24 horas a jornada de algumas funções com maior risco ou nível de estresse?, disse outra diretora do sindicato, Elaine Rodella.
Ela revelou ainda que os servidores continuam seguindo as determinações federal e das entidades internacionais, mas, por isso, sofrem pressões como ameaças de desconto nos salários, transferências ou processos administrativos.
Através da assessoria de imprensa, a Sesa informou que irá aguardar a manifestação dos servidores para se pronunciar.