Servidores da Saúde fazem protesto em Curitiba

Servidores estaduais da Saúde realizaram ontem uma manifestação para expor à sociedade os riscos que correm ao trabalhar em estabelecimentos da chamada ?quadra sanitária?, em Curitiba. O local, que fica no Alto da XV – entre a Travessa João Prosdócimo e as Ruas Ubaldino do Amaral, XV de Novembro e Amintas de Barros – concentra o Hospital Oswaldo Cruz, uma unidade do Laboratório Central do Estado (Lacen), o Centro Psiquiátrico Metropolitano (CPM) e o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar). Para chamar a atenção, eles distribuíram flores para as pessoas.

No Lacen, os servidores dizem que manipulam uma série de substâncias químicas, pois no lugar são feitas avaliações de remédios, maquiagens e alimentos. No Hemepar, há riscos de contágios por contato com sangue contaminado. Já no Oswaldo Cruz, são realizados atendimentos a pacientes vítimas de diversas doenças infecto-contagiosas que, apesar das medidas preventivas, podem ser transmitidas aos trabalhadores. ?No CPM, os servidores atendem pessoas com problemas mentais. Muitas chegam ao local em surto e agressivas. Quem trabalha diariamente com estes pacientes fica sujeito a forte estresse. Muitas vezes, ao ter que lidar com vítimas de diversos tipos de transtornos, acaba ficando com o psicológico abalado e mesmo desenvolvendo depressão?, disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Estaduais do Serviço de Saúde e Previdência do Paraná (Sindsaúde-PR), Graziela Sternheim.

Ao falar sobre os riscos, os servidores reforçaram a idéia de que devem cumprir jornada máxima de trabalho de 30 horas semanais. O governo do Estado vem exigindo que os trabalhadores façam 40 horas, mas eles dizem que isso os expõem ainda mais à insalubridade. ?Existem leis federais que garantem o direito de 20 horas semanais a médicos, dentistas e bioquímicos. Outros profissionais, como terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, devem realizar trinta horas. Essas jornadas são adotadas há 17 anos.?

Segundo o Sindsaúde, os servidores que não estão cumprindo 40 horas estão sendo descontados em folha de pagamento desde abril. ?Para justificar os descontos, estão sendo embutidas faltas injustificadas aos servidores. Isso vai fazer com que eles percam o direito à licença-prêmio e se refletir sobre o valor do décimo terceiro salário?, comentou Graziela.

O governo do Estado alega que a jornada de 40 horas é estabelecida pela Lei 13.666/2002 e pelo Decreto 4.345/2005 e que os descontos das horas não trabalhadas seguem critérios estabelecidos com base em parecer da Procuradoria-Geral do Estado. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo