Foto: Walter Fernandes |
Os moradores de Maringá também sofrem com as filas nos postos. continua após a publicidade |
Com problemas na carga horária e salários defasados, servidores municipais da saúde de Maringá ameaçam entrar em greve na próxima quarta-feira. A presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar), Ana Paga Munici, revelou que a assembléia da categoria decidiu que, se não houver um posicionamento favorável do prefeito Silvio Barros, cerca de mil servidores devem entrar em greve.
De acordo com a representante dos servidores, há 15 anos os trabalhadores da saúde vinham cumprindo a carga horária de 15 horas, para médicos e dentistas, e 30 horas para os demais servidores. Essa jornada teria sido proposta para compensar os salários que já estavam defasados. No entanto, o acordo foi meramente verbal e a carga horária diferenciada não foi regularizada. O agravante veio recentemente. "A administração baixou um decreto exigindo que volte a ser cumprida a carga horária de quarenta horas", explica Ana.
O novo decreto, segundo a presidente do Sismmar, gera alguns transtornos para o município. "Com essa medida, muitos profissionais já pediram demissão. Isso faz com que a saúde, que já tem problema de gestão, fique pior ainda. Trabalhar mais não resolve a falta de curativos, medicamentos, equipamentos, filas enormes em postos de saúde e outros problemas que não são de responsabilidade dos servidores", desabafa.
As reivindicações dos mais de mil servidores seriam a anulação do decreto e o encaminhamento à Câmara Municipal de um projeto de lei regularizando a jornada de 30 horas. De acordo com Ana Munici, na reunião da última quarta-feira, a administração teria deixado de assinar o acordo de revogação do decreto.
Administração
Segundo o secretário da Saúde de Maringá, Heine Macieira, durante a reunião a postura do Executivo era de negociação e seriam os servidores, por radicalismo, que teriam recusado contrapropostas. "Eu estive presente na assembléia e a posição do governo era conciliatória. A proposta do Executivo era de suspender por sessenta dias o decreto e proceder com as negociações. Lamentavelmente, por dois ou três radicais, os servidores rejeitaram. A assembléia seguiu o radicalismo", afirma Macieira.
Ainda de acordo com o secretário, as chances de greve são grandes. "Vou tentar uma nova reunião com o sindicato amanhã (hoje), mas tudo indica que terá greve. Nesse caso o grande prejudicado será a comunidade. Vamos nos preparar para essa situação", garante.
Sobre os problemas apontados, o secretário admite dizendo que precário seria "um termo muito agressivo". "Temos problemas de falta de médico, salários baixos, falta de recursos e acúmulo de horas extras por falta de funcionários. Sempre falta, mas não chega a ser um caos", conclui Heine.