Reunião entre servidores e Prefeitura definiu nova negociação
possivelmnte em setembro.

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Os servidores públicos municipais aceitaram a proposta da Prefeitura de Curitiba de aumento de 6% nos salários em parcela única e decretaram o fim do estado de greve, deflagrado na última quinta-feira. Na ocasião, foi realizada uma grande manifestação popular de repúdio à proposta anterior, que previa um aumento de 6% dividido em duas parcelas – uma a ser paga em agosto e a outra em dezembro.

A proposta efetivada ficou bem longe dos 29% exigidos pela cúpula do Sindicato dos Servidores do Município de Curitiba (Sismuc) e Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), mas os servidores entenderam como positivo aceitar ao menos a reposição inflacionária e preservar o canal de negociações aberto, já que o prefeito Beto Richa garantiu que manterá uma equipe para o planejamento de reposição das perdas retroativas. Uma nova reunião entre a comissão dos servidores e a Prefeitura acontece em setembro.

Segundo Cid Cordeiro, economista e técnico do Dieese, o aumento de 6% corrige as perdas inflacionárias no período de março de 2004 a março de 2005, mês da data-base dos servidores públicos municipais. ?A questão é que com as mudanças previdenciárias, que aumentaram o desconto da folha salarial de 5,66% para 11%, o poder aquisitivo do servidor fica o mesmo, apesar do aumento?.

Se do ponto de vista do reajuste inflacionário o reajuste está de acordo com a legislação, o fato de não haver imediato retroativo ao período de março a junho, deixa a proposta ainda em desacordo com a lei municipal, já que a data-base é 31 de março. ?Pela reunião com a Prefeitura, ficou a promessa de uma nova negociação em setembro, a partir da análise do desempenho da receita da Prefeitura?, disse Cordeiro.

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Além de prometer o debate das perdas para setembro, que podem garantir a reposição ainda este ano, a Prefeitura prometeu fazer um planejamento de recomposição gradual das perdas até o final da gestão, além de assegurar o respeito à data-base dos servidores a partir do ano que vem.

A alegação da Prefeitura para não repassar de imediato as perdas é a falta de recursos. Para chegar à parcela de 6% em parcela única, o prefeito Beto Richa assina na próxima semana um decreto determinando a todas as secretarias e outras unidades municipais redução de despesas operacionais, como luz, telefone, reprografia e viagens, com a projeção de uma economia de 10% nas contas do município.

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