Os servidores do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) do Paraná não fecharam acordo com o governo estadual depois de quase três horas de reunião e devem continuar em greve. De acordo com o secretário de Estado da Administração, Ricardo Smijtink, a proposta do governo foi de reajuste médio de 30%, o que representaria impacto de R$ 570 mil aos cofres públicos. A reivindicação da categoria, segundo o secretário, representaria impacto de R$ 1,9 milhão. Hoje, às 17h, está prevista nova rodada de negociação. Até o fechamento desta edição, os servidores estavam reunidos em assembléia discutindo os rumos da mobilização.
“Há dois problemas no contexto da polícia científica: um deles diz respeito às gratificações, que não são levadas para a aposentadoria e com isso eles perdem um percentual grande. Procuramos corrigir isso, de forma a incorporar algumas gratificações, aumentando o salário base”, comentou o secretário. “O segundo problema é a distorção entre a primeira classe e a quarta. Eles gostariam que a diferença fosse reduzida”, explicou. De acordo com o secretário, se as reivindicações dos servidores fossem atendidas na íntegra, o aumento salarial chegaria a 100% em alguns casos.
Segundo Smijtink, a situação precisa ser novamente analisado. Ele afirmou ter entrado em contato com a secretaria estadual da Fazenda e o governador Jaime Lerner. “Já tínhamos agendado para conversar esta semana, mas eles (servidores do IML e do IC) resolveram radicalizar”, criticou o secretário. Segundo ele, a categoria se comprometeu a retomar os serviços essenciais até que o impasse seja resolvido.
Em todo o Paraná trabalham 259 peritos criminais, médicos legistas, químicos legais e toxicologistas. Só em Curitiba, são cerca de 140. Os servidores do IML e do IC estão em greve desde à meia-noite de domingo. Até ontem, cerca de 660 exames de toxicologia e de química legal deixaram de ser realizados, segundo estimativas do comando de greve.
Em Campina Grande
O Instituto Médico Legal (IML) de Campina Grande do Sul está recebendo todos os cadáveres de Curitiba e região metropolitana desde que a greve começou. A ordem dos líderes da mobilização é só receber os corpos e aguardar os peritos de Curitiba para a liberação dos corpos. Na terça-feira foram liberados nove cadáveres que estavam no IML desde à meia-noite de domingo. Ontem de manhã, apenas um corpo deu entrada no local. Todos só devem ser liberados hoje, depois das 14h.
O IML de Campina Grande do Sul atende também os municípios de Colombo, Quatro Barras, Tunas e Adrianópolis. Os funcionários de lá afirmaram que não aderiram à greve, e que todos os corpos que vieram dessas cidades serão liberados normalmente pelos peritos. O local tem capacidade para onze corpos na geladeira.