Os servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) fizeram um ato público na manhã de ontem, no pátio da reitoria, em Curitiba, para marcar a paralisação de alerta da categoria. A suspensão dos trabalhos por dois dias foi decidida em assembléia na terça-feira, e segue determinação da Federação dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra).
O objetivo é pressionar o Ministério da Educação (MEC) a cumprir o acordo feito com os servidores no ano passado, e que pôs fim na greve dos trabalhadores. No Paraná, os técnicos administrativos ficaram 96 dias parados, e os professores 106 dias. Caso não tenha suas reivindicações atendidas, a categoria não descarta uma nova greve geral.
Durante o ato de ontem, os servidores entregaram ao reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, um documento que deverá ser remetido ao MEC solicitando que seja colocado em votação o projeto de cargos, carreira e salários dos servidores.
Segundo explica o diretor financeiro do Sindicato dos Técnicos Administrativos do Ensino Superior (Sinditest), Deoclécio Fernandes, o plano criaria os níveis de apoio, intermediário e superior, que daria condições dos servidores evoluírem na carreira profissional. “Mas até agora o ministro não cumpriu a promessa e por isso estamos cobrando o acordo”, denunciou o sindicalista.
Quase nada
Entre os pontos acertados no ano passado para pôr fim à greve das universidades, os servidores reclamam que quase nada foi efetivado pelo governo. “Para nós, técnicos administrativos, a única coisa que foi cumprida foi a incorporação de uma gratificação ao salário base, mas só isso”, disse o técnico Raimundo de Assis. A categoria também quer mais verbas para o orçamento das universidades e hospitais universitários, e cobra a abertura de concurso público para a contratação de funcionários, já que o governo prometeu 20 mil vagas para o Brasil, das quais, 2 mil para UFPR. “Mas até agora só foram contratados 106 funcionários”, disse Raimundo. Ele denuncia que para manter alguns serviços, a universidade está contratando servidores aposentados, que recebem uma bolsa sênior.
