Logo que o registro de domicílio eleitoral do ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) em São Paulo foi indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral, entusiastas da candidatura do ex-juiz da Lava Jato divulgaram que Moro já estaria decidido a disputar o Senado pelo Paraná. A construção desta candidatura, no entanto, não será tão simples. Moro terá que superar alguns obstáculos para se viabilizar na disputa.
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O ex-juiz está filiado ao União Brasil, partido que, no Paraná, é liderado pela família Francischini. A legenda, hoje, é presidida pelo deputado federal Felipe Francischini, porque o pai dele, deputado estadual Fernando Francischini, está com os direitos políticos cassados pela Justiça Eleitoral.
Francischini, no entanto, está muito ligado ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado foi o coordenador da campanha de Bolsonaro no Paraná em 2018 e, após um afastamento, ambos se reaproximaram com a cassação do deputado paranaense por divulgação de fakenews sobre fraude nas urnas durante aquela eleição. Bolsonaro “comprou a briga” de Francischini, criticou a Justiça Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal e pretende carregar o paranaense em suas viagens pelo Brasil como exemplo de “perseguição pelos tribunais” e “defesa da liberdade de expressão”.
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Assim, seria difícil ao União Brasil do Paraná abrir espaço para a candidatura de Moro, rompido com Bolsonaro e que vem fazendo severas críticas ao governo federal. Além disso, o presidente já indicou seu pré-candidato ao Senado no estado, o deputado federal Paulo Martins (PL).
Os apoiadores de Moro afirmam que o impasse partidário seria resolvido “de cima para baixo”, com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, impondo a candidatura do ex-juiz ao diretório estadual do partido.
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Para disputar o Senado pelo Paraná, Moro se indisporia, ainda, com o senador Alvaro Dias (Podemos). Pré-candidato à reeleição, Dias é um dos principais responsáveis pelo ingresso de Sergio Moro na política.