O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR) apresentou ontem denúncia ao Ministério Público Federal contra a América Latina Logística (ALL), que administra a malha ferroviária do Sul do Brasil. O sindicato pede a instauração de ação civil e criminal em função de várias irregularidades constatadas, principalmente no que se refere a depredação do patrimônio público.
O presidente do Senge, Rasca Rodrigues, afirmou que a entidade pediu ao Ministério Público investigação sobre denúncias de transformação de vagões graneleiros em plataforma para o transporte de contêiners, caso que foi confirmado em reportagem de O Estado, na edição de sábado (02). Além disso, pedem verificação na contabilidade da ALL e da empresa Gerdau, que estaria se beneficiando com a compra de sucata feita pela empresa ferroviária. O Senge também quer que a ALL informe por que até agora não formou os conselhos, de administração e de usuários, previsto no contrato de concessão.
Para Rasca Rodrigues, a ALL vem tomando medidas sem autorização do Ministério dos Transportes, que além de ser ilegal, vem prejudicando a comunidade. Ele citou que entre essas medidas estão a desativação de trechos ferroviários, que inclusive já foram motivo de investigação por parte do Ministério Público de São Paulo, pela desativação e abandono do trecho de Presidente Prudente. “A ALL tem uma concessão para operar, e não está se dando conta que terá que devolver o patrimônio”, finaliza.
Técnicos preparam relatório
Guilherme Voitch
Os técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que estiveram na ALL-Delara na semana passada devem iniciar o relatório contábil da fiscalização nas próximas semanas. A visita foi feita por quinze técnicos da agência que fizeram uma verificação econômica-financeira da empresa. Segundo a assessoria de imprensa da ANTT, a visita já estava definida antes da denúncia do governo estadual contra a operadora logística que teria impedido o tráfego de cargas da Ferropar (Ferrovia Paraná S/A).
A fiscalização, antes feita pelo Ministério dos Transportes passou a ser de responsabilidade da ANTT. Análises técnicas e fiscais são feitas semestralmente por técnicos da agência. A investigação das supostas irregularidades cometidas pela ALL serão apuradas paralelamente à verificação contábil.