Seminário orienta sobre leis ligadas à deficiência auditiva

Hoje é o Dia Nacional do Surdo. A inauguração da primeira escola para surdos no País, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), fundada no Rio de Janeiro, em 1857, marca a data. Em Curitiba, atividades abertas ao público estão programadas em seminário no Mercado Municipal. Neste ano o objetivo é conscientizar a sociedade em relação à Língua Brasileira de Sinais (Libras) e os direitos da pessoa surda.

Quem passar pelo Mercado Municipal, à tarde, além de participar das palestras, pode conhecer as leis e assuntos ligados à surdez. O seminário é organizado pela prefeitura e tem apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos do Paraná (Feneis-PR), que oferece cursos de Libras tanto para ouvintes, quanto para os surdos. Na Feneis-PR já se formaram policiais militares e profissionais da saúde.

Recursos

Escolas de Curitiba e região são obrigadas por lei a ter intérpretes com especialização em Libras nas salas com alunos que necessitam do apoio. Mas, segundo Juliana Piekarczyk Bertelloni, secretária da Feneis-PR e intérprete de Libras, isso acontece há pouco tempo. “A lei existe desde 2002, mas só agora começou a ser seguida à risca.”

Além dos intérpretes na sala de aula, de acordo com a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Mirella Prosdocimo, a pessoa surda pode ter educação bilíngue. “O ensino da língua portuguesa, oral e escrita, também pode ser um recurso usado nas escolas. Com isso, a criança pode ter desenvolvimento ainda mais próximo do normal.” Este recurso é feito através da leitura lábio-facial.

Médica lista cuidados

Problemas auditivos afetam 15% dos brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas os médicos afirmam que é possível prevenir ou melhorar a qualidade de vida dos surdos. Assim como o “teste do pezinho”, feito logo que a criança nasce, a primeira etapa de prevenção da surdez é o “teste da orelhinha”, obrigatório nas maternidades.

De acordo com a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, com este teste os médicos podem dar inicio ao tratamento. O teste é feito duas vezes: após o parto e um mês do nascimento. “Depois disso, além dos pais, quem pode reparar nas crianças são os professores. Desvio de atenção em sala de aula pode ser problema auditivo”, destaca.

Cuidados

Nos jovens e adultos, a preocupação muda. “A segunda maior causa de surdez em jovens e adultos são os ruídos. No trabalho já existe legislação que regulamenta, mas o problema está no lazer.” De acordo com a médica, as pessoas não se preocupam com o volume dos fones de ouvido, por exemplo, e isso pode acarretar perda total de audição. A preocupação deve ser voltada também às baladas. “Evite ficar próximo das caixas de som e se afaste do barulho de tempos em tempos.” Ela alerta que é importante sempre manter o corpo hidratado.

Já a perda de audição no idoso deve ser tratada assim que os familiares repararem. Pessoas da terceira idade demonstram falha na audição através de pequenas distrações e por não entenderem o que é dito. “A simples perda de audição pode causar uma série de outros problemas. Pode até entrar em depressão”, explica Rita. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta tratamentos e fornece aparelhos auditivos. Por isso é importante procurar o médico ou unidade de saúde mais próxima.

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