A inclusão social do surdo está sendo debatida em Curitiba no I Seminário Nacional de Surdos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), realizado em parceria com a regional estadual da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis).
O evento será realizado até hoje, quando é lembrado o Dia Nacional do Surdo. O evento acontece no auditório do setor de Ciências Sociais Aplicadas no campus Jardim Botânico da instituição.
Para a professora Sueli Fernandes, do setor de Educação da UFPR e coordenadora do seminário, o principal desafio para a inclusão efetiva na sociedade é o reconhecimento político da identidade cultural do surdo.
A partir deste momento, será possível a criação e aplicação de políticas públicas específicas, como a maior contratação de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
“Ainda há a visão da sociedade em relação ao surdo como se um deficiente, e não uma pessoa com perda auditiva e que fala uma língua, a Libras”, comenta. A inclusão também passa pela educação bilíngue no País, respeitando a Libras como a primeira língua do surdo, que depois aprende o Português.
São necessárias políticas associadas para que a Libras seja efetivamente a segunda língua do restante da população. Fernandes lembra que 90% dos surdos têm famílias com pessoas ouvintes.
Além da questão educacional, os participantes discutiram ontem sobre a legislação que ampara os direitos sociais dos surdos. O evento programou palestras e grupos de trabalhos (com os temas surdos idosos; surdocegueira; e surdos e relações familiares). Mais informações pelo telefone (41) 8862-1919.