Cerca de 130 mulheres morreram queimadas em uma fábrica, em Nova York, depois de promover um greve pela redução do horário de trabalho e equiparação salarial com os funcionários homens. O fato aconteceu em 8 de março de 1857 e virou um exemplo de luta das mulheres por igualdade. Desde 1910 essa data foi instituída como o Dia Internacional da Mulher.

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E para discutir o reconhecimento e valorização da mulher ao longo dos tempos, a Câmara Municipal de Curitiba está promovendo um seminário. O evento – que começou ontem e segue com atividades na manhã de hoje – está reunindo diversas mulheres que atuam em diferentes setores da sociedade para falar de suas experiências e de seus trabalhos.

Uma das palestrantes foi a advogada, professora e conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Lúcia Maria Belôni Corrêa Dias, que defendeu uma ampla discussão sobre a discriminação que a mulher ainda sofre na sociedade nos dias de hoje. Ela usou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam que a mulher brasileira que conclui o ensino médio ganha um salário em torno de R$ 817. Já o homem, com o mesmo nível de escolaridade, recebe cerca de R$ 1,5 mil. "Então quando se fala que não existe preconceito, é preciso mostrar esses números para comprovar que existe uma chamada ?cegueira moral’ em toda a sociedade", disse.

Já a juíza de Direito da Vara de Família da Comarca de Curitiba, Joeci Machado Camargo, comentou sobre o trabalho que desenvolve através do projeto Justiça nos Bairros, onde são atendidas milhares de pessoas em conflitos como divórcio, reconhecimento de união ou paternidade. "As ações que proporcionamos visam devolver a integridade e a cidadania das famílias", comentou. A juíza disse ainda que nesse trabalho – que acontece sempre aos sábados em diferentes bairros da capital – ela faz questão de levar os filhos, de 27, 17 e 10 anos, "para que eles aprendam a dar sua contribuição para a sociedade".

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O seminário segue hoje, no auditório da Câmara Municipal, quando serão abordados os temas como procedimentos disponíveis para a defesa e diretos da mulher vítima de violência. Também será apresentado um manifesto de mulheres vítimas de violência doméstica. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 350-4643.