Curitiba poderia ter a passagem de ônibus a R$ 1,30 se tivesse o mesmo número de usuários de 1994. Na época o sistema apresentava 3,4 pessoas por quilômetro rodado. Hoje, o número caiu para 1,97. Os dados foram apresentados ontem no seminário Transparência e Controle Social. Uma das reivindicações que será apresentada ao prefeito, Beto Richa, é a criação do Conselho Municipal do Transporte, que existe apenas no papel.

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O preço da tarifa é apontado como um dos itens que colaboraram para que o número de usuários caísse. Muita gente chegou a conclusão que compensa mais utilizar o carro ou a moto para se deslocar pela cidade. Já a população mais carente não usa o sistema porque não consegue pagar. A situação vira um bola de neve. ?Quanto mais cara a passagem, menos gente usa o sistema. Menos gente, mais cara a tarifa fica?, fala o vereador André Passos (PT).

A forma como o sistema é financiado também foi discutida. Hoje o dinheiro para pagar os custos sai apenas do bolso dos usuários. ?O transporte é muito importante para a cidade. Questionamos se esta é a melhor forma de mantê-lo?, fala o vereador. Ele explica que um sistema deficiente produz impactos negativos para toda a sociedade. Os participantes também cobraram mais transparência nas contas do transporte coletivo que são gerenciadas pela Urbs. O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Sandro Silva, comenta que existem vários problemas na planilha de custos. Um exemplo, são os valores cobrados para a reposição de peças e acessórios. Por ano, são destinados 10% do valor da frota.

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